O DESAFIO DE RENOVAR O ELENCO
Bahia Após penar em 2020, clube inicia 2021 com missão de melhorar com menos grana
A temporada 2020 chegou ao fim para o Bahia com a finalização do Campeonato Brasileiro. Diferente de anos “comuns”, o tricolor não terá uma pausa nas competições para pensar no que foi feito no ano que passou e planejar o novo ciclo.
Por causa do calendário atrapalhado pela pandemia do coronavírus, a temporada 2021 já começou e agora a diretoria do Esquadrão corre contra o tempo para fazer os ajustes que pensa serem necessários. O principal desafio é a reformulação do elenco.
Pelo menos seis jogadores tiveram os contratos encerrados no último dia de fevereiro. O goleiro Anderson, que deixou o clube antes mesmo do fim do Brasileirão, o zagueiro Ernando, o lateral esquerdo Zeca, os volantes Ronaldo e Elton e o atacante Fessin.
Do quinteto, Zeca já se despediu pelas redes sociais. Ele volta ao Internacional, clube com o qual tem contrato. Fessin e Ronaldo estavam emprestados por Corinthians e Flamengo, respectivamente, e também retornam.
Já Elton e Ernando ficaram livres, sem clube. O zagueiro terminou o ano como titular; o volante sofreu com problemas clínicos e quase não atuou na temporada.
Além deles, o volante Gregore, negociado ao Inter Miami, dos Estados Unidos, se
o que existe são conversas planejando a temporada 2021, e elas nos trazem perspectiva de fazer reformulação no grupo, tentar um desenho um pouco mais compatível com as ideias que eu tenho tentado nesse fim de temporada Dado Cavalcanti
despediu do Bahia na vitória sobre o Santos por 2x0, no último jogo do Brasileirão.
Aliás, o meio-campo deve ser um dos pontos de atenção do Bahia na reformulação, já que a equipe ficará sem três dos seis volantes que integraram o setor na temporada 2020. Recém-chegado ao tricolor após passagem pelo Vila Nova, Pablo, de 21 anos, preencherá uma das lacunas.
Outro ponto de foco é o sistema defensivo. Muito vulnerável no ano que passou, a zaga sem Ernando conta agora com apenas três opções: Lucas Fonseca, Juninho e Anderson Martins - Everson e Ignácio estão no time de transição, que joga o Baiano.
BASE MANTIDA
Sem tempo para pré-temporada, o técnico Dado Cavalcanti está mantido no cargo. O treinador conseguiu salvar o Bahia de um possível rebaixamento, pegando ainda uma vaga na Sul-Americana. Após o jogo contra o Santos, Dado não escondeu que as conversas para as mudanças no elenco já foram iniciadas.
Atualmente, 23 jogadores que finalizaram a temporada no grupo principal têm contrato com Bahia. Isso não significa que eles serão mantidos. Atletas que não corresponderam â expectativa ou não se encaixam no que o clube pensa para o futuro podem ser negociados de forma definitiva ou emprestados.
As saídas serão importantes para abrir espaço na folha para novas contratações. De acordo com o presidente Guilherme Bellintani, o investimento no futebol será menor do que foi em 2020.
A queda é um reflexo da redução no orçamento e previsão de perda de receitas ocasionadas pela pandemia. A previsão em 2020 era arrecadar R$ 179 milhões, meta que não foi atingida - mesmo com os números ainda não divulgados. Para 2021, a projeção é de R$ 171 milhões.
“Haverá redução de investimentos no futebol e em todos os setores do clube a partir do momento que o orçamento será menor. Sobre o ponto de vista orçamentário de elenco, naturalmente o que a gente entende é que com a queda de receita para 2021, fruto do cenário pós-pandemia, pode ocorrer redução de receitas e a obrigação de pagar despesas de 2020. Isso impõe redução de despesas. Nosso dilema é ser mais eficaz com menos dinheiro. Naturalmente vamos ter que abrir mão de atletas que são importantes, mas custam caro. E que eles sejam substituídos por jogadores mais jovens e mais baratos”, argumentou o dirigente, dias antes da venda de Gregore.