CVM analisa abrir processo sobre lucro irregular com ação da Petrobras
INSIDER TRADING A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) avalia abrir processo para investigar operações atípicas com papéis da Petrobras nas últimas semanas, quando eclodiu a crise entre o presidente da República Jair Bolsonaro e a administração da companhia, que culminou com a troca do comando da petroleira. A área técnica do órgão regulador do mercado de capitais analisa informações sobre uso de informações privilegiadas (insider trading).
Os sinais de que alguém pode ter lucrado com a antecipação de informações sobre o que ocorreria na estatal foram revelados pela coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo. Segundo a coluna, um investidor pode ter levantado R$ 18 milhões em transações de opções de venda de papéis da petroleira ao efetuar operações, na quinta, 18, em um volume que só faria sentido se realmente acreditasse que as ações iriam cair pelo menos 8% no dia seguinte.
Na operação de opção, o investidor
RELATÓRIO Líder do grupo de trabalho da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) referente a estatais e privatizações, Lars Erik Fredriksson citou ontem recomendações que o Brasil pode adotar a curto prazo no setor, entre elas uma maior independência e profissionalismo adquire o direito de comprar ou vender um ativo em uma data futura, a um preço fixo, para se proteger do movimento contrário do papel ou especular. Dados públicos da B3 mostram que os detentores dos papéis tinham garantida a venda de ações da Petrobras no vencimento 22/2 - a R$ 26,50. No dia 18, quando a ação fechou a R$ 29,27, antes de o presidente anunciar durante live, à noite, que promoveria mudanças na estatal, duas ordens de compra foram realizadas: uma de 2,6 milhões de opções às 17h35, e outra às 17h44, de 1,4 milhões de papéis, ambas com preço de R$ 0,04 (R$ 160 mil no total). As operações foram realizadas por uma mesma corretora, a Tullet Prebon segundo o Jornal Nacional.
Antes da Live, a estatal foi tema de reunião ministerial. Participaram do encontro com Bolsonaro os ministros
dos conselhos das estatais. Fredriksson afirmou a autonomia dos conselhos evitaria o uso político das estatais e daria mais autoridade para seus membros supervisionarem o trabalho dessas companhias.
Para a OCDE, o conselho de administração das estatais deve ser o único órgão
Braga Netto, da Casa Civil; Paulo Guedes, da Economia; Tarcísio Freitas, da Infraestrutura; Bento Albuquerque, das Minas e Energia; Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo; e Augusto Heleno, do GSI.
O número de negócios com o papel naquela data foi de 238, disparando para 1.097 no dia seguinte, após Bolsonaro sinalizar mudanças. Um operador de mercado disse que o volume de compra dos papéis, chama a atenção, uma vez que não havia uma indicação de mudanças. "Me parece um movimento premeditado. Pode não ter sido 'insider trading', mas tem cara e cheiro disso", diz. Crime no Brasil, o insider trading é o uso de uma informação relevante ainda desconhecida do mercado na negociação de papéis, obtendo lucro ou evitando uma perda.
com poder de destituir ou nomear o presidente das companhias. Ministros ou chefes de governo não poderiam "escolher ou destituir" o comandante dessas empresas, na visão da OCDE.
o Brasil pleiteia entrar como membro permanente da OCDE e para isso tem de seguir suas recomendações.