Turma do desrespeito
Lockdown parcial Estabelecimentos comerciais de vários bairros de Salvador descumprem decretos e funcionam normalmente
O lockdow parcial - imposto por decreto pelo governo do estado para tentar conter o avanço da pandemia e que proíbe o funcionamento de atividades não essenciais está sendo desrespeitado, sem a menor cerimônia, por estabelecimentos comerciais de todos os tipos, portes e segmentos. O CORREIO circulou, ontem, por Cajazeiras V, X e XI, Baixa de Quintas, Sete Portas e Nordeste de Amaralina e flagrou lojas de material de construção, barbearias, bar, depósito de bebidas, oficinas e até loja de impressão de documentos funcionando normalmente.
Segundo a Polícia Militar da Bahia, 104 pessoas foram presas em flagrante no estado por descumprimento do decreto, desde a última sexta-feira. A PM também encerrou, neste mesmo período, 107 festas e paredões e fechou 1.314 estabelecimentos.
Já a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo, só anteontem, interditou 28 locais, como centros automotivos, lojas de comércio de rua, lavanderia e oficinas mecânicas. A maioria das infrações foi em Granjas Rurais, Periperi, Pituba, Paripe, São Caetano e Pau da Lima.
As medidas restritivas na Bahia estão em vigor desde a última sexta-feira (26). A regra é clara: nada que não seja serviço essencial pode abrir, ou seja, somente as atividades da saúde, como farmácias, e a comercialização de gêneros alimentícios estão autorizadas a receber pessoas presencialmente. Restaurante só se for delivery, até meia-noite – a exceção de 79 das 417 cidades em que eles estão permitidos funcionar até às 18h.
Apesar do rigor da lei, ontem, no Nordeste de Amaralina, a loja de material de construção Roque Ferragens estava aberta por volta de 13h. A proprietária garantiu que tinha aberto há pouco tempo, só para fazer entrega a um cliente. “Aqui tá fechado, porque não tá podendo abrir, abri rápido pra poder despachar uma pessoa”, contou a empresária, que não quis se identificar. O cliente estava precisando “urgente” de uma argamassa e areia para terminar de colar o piso de sua casa e foi embora logo depois que a reportagem os abordou.
Uma barbearia ao lado também estava aberta. O atendente confessou que sabia do decreto: “estou sabendo”, disse, sem graça, e continuou a corta o cabelo do cliente, que estava sem máscara.
Até loja de impressão adotou a modalidade delivery. Afinal, baiano não inova, faz arte. “A gente tá fazendo atendimento delivery. Eu fico com a porta fechada, a pessoa envia pelo WhatsApp e eu dou o documento embaixo da porta. Tem que abrir porque o pessoal tem
Como denunciar Disque Coronavírus 160. A população também pode encaminhar denúncias para o e-mail ouvidoria@salvador.ba.gov. br; ou acessar o portal Fala Salvador, no endereço www.falasalvador.ba.gov.br. Polícia Militar (telefones 190 e 3235-0000 para quem mora em Salvador e o 181 para quem está no interior no estado)
Penalidades Fechamento do estabelecimento. Aqueles que insistirem em descumprir as medidas poderão ser conduzidos à delegacia.
Balanço Entre a última sexta-feira e ontem, a Central Disque Coronavírus, da Ouvidoria do município, recebeu 8.968 chamadas. Dessas, 39,57% foram solicitações de serviço e denúncias. As principais demandas foram por poluição sonora e aglomerações (19,54%) e atividade irregular de estabelecimentos comerciais - supermercados, lojas, concessionárias, call center, shoppings e academias (19,03%)
Estado Já a Ouvidoria Geral do Estado (OGE) registrou, durante esse mesmo período, 30 denúncias por descumprimento de decreto. Os estabelecimentos irregulares foram bares, comércio abertos e faculdades