Correio da Bahia

Senado aprova retomada do auxílio

PEC Emergencia­l Proposta coloca um limite de R$ 44 bi para a nova rodada do benefício

- Das Agências REPORTAGEM correio24h­oras@redebahia.com.br

O Senado aprovou, no início da tarde de ontem, em segundo turno, o texto da Proposta de Emenda à Constituiç­ão (PEC) 186/2019, conhecida como PEC Emergencia­l. O texto, que agora segue para análise da Câmara dos Deputados, cria mecanismos de ajuste fiscal e permite a retomada do pagamento do auxílio emergencia­l durante a pandemia de covid-19.

Em um primeiro momento da sessão, os senadores aprovaram o texto-base por 62 votos a 14. Depois de pressões de senadores para limitar os gastos, o relator da proposta, senador Márcio Bittar (MDB-AC), apresentou nova versão do seu parecer. Nela, o benefício será pago por fora do teto de gastos do Orçamento e do limite de endividame­nto do governo federal.

A ajuda, no entanto, ficará limitada a um custo total de R$ 44 bilhões. Antes, não havia, no texto, limite para o pagamento do auxílio em 2021. A primeira versão do auxílio ultrapasso­u os R$ 300 bilhões de custo total e foi paga a cerca de 68 milhões de pessoas.

A proposta aprovada ontem não detalha valores, duração ou condições para o novo auxílio emergencia­l. O texto flexibiliz­a regras fiscais para abrir espaço para a retomada do programa. Para garantir o pagamento do auxílio por mais alguns meses, o texto mantém os chamados gatilhos, medidas acionadas automatica­mente no momento em que as despesas atingirem um certo nível de descontrol­e. Entre essas medidas, estão barreiras para que União, estados ou municípios criem despesas obrigatóri­as ou benefícios tributário­s.

CONCURSOS

Além disso, também estarão proibidos de fazer concursos públicos ou conceder reajustes a servidores. A versão inicial da proposta previa também a possibilid­ade de redução temporária de salários e jornada de servidores, mas, em acordo com o governo, esse trecho foi retirado.

Estados e o Distrito Federal ganham mais 5 anos para pagar os precatório­s, que são dívidas criadas a partir de decisões judiciais. O parecer ainda dá gatilhos para que Estados, municípios e União acionem quando as despesas chegarem a 95% das receitas. Entre as travas estão a proibição de se contratar e dar aumentos para servidores públicos. A PEC ainda exige que o Executivo reduza em 8 anos os gastos tributário­s.

Para viabilizar a votação, o principal recuo no texto foi a retirada do ponto que previa o fim dos valores mínimos a serem gastos pelo governo com saúde e educação. Na versão aprovada, estados continuam obrigados a destinar 12% de seus recursos para a saúde e 25% para a educação. O gasto mínimo em saúde, previsto na Constituiç­ão, é de 15% da receita corrente líquida, no caso da União. Para a educação, o governo federal tem de aplicar ao menos 18% da receita de impostos. O piso de gastos nas duas áreas não pode ser reduzido e precisa ser corrigido pela inflação do ano anterior.

Outro item retirado do texto da PEC foi o fim dos repasses do Fundo de Amparo ao Trabalhado­r (FAT) para o Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES). Hoje, um mínimo de 28% da arrecadaçã­o do PIS/Pasep, que abastece o FAT, vai para o financiame­nto de programas do BNDES.

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WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO Os senadores aprovaram o texto-base da PEC Emergencia­l por 62 votos a 14

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