Santo cardápio de vacinas
Proteção Entenda como funciona cada um dos três imunizantes disponíveis na Bahia
Cada vacina usa uma técnica específica para combater um vírus. Algumas usam o vírus inativado. Outras passam por processos de modificação genética do vírus. Mas, todas cumprem o que precisam, nesta pandemia: prevenir mais mortes pela covid-19. As três vacinas contra a doença disponíveis hoje, na Bahia, atuam de diferentes formas no corpo, mas seguem esse padrão.
O estado tem disponibilidade, hoje, para vacinar a população com três imunizantes: a Coronavac, produzida no Brasil pelo Instituto Buntantan; a AstraZeneca, criada pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca e produzida nacionalmente pela Bio-Manguinhos, da Fiocruz; e a Pfizer, produzida pela farmacêutica que dá nome ao imunizante e a alemã BioNTech. Elas usam diferentes tecnologias para chegar ao objetivo final da imunização.
A Coronavac, criada na China pela farmacêutica Sinovac com transferência da tecnologia para o Instituto Butatan, foi a primeira a ser aplicada no Brasil. A primeira aplicação aconteceu em São Paulo, no dia 17 de janeiro deste ano. Na Bahia, ela chegou dois dias depois. “A Coronavac é uma vacina de primeira geração. Usa um vírus desativado para estimular a resposta imune do corpo”, explica a infectologista Fernanda Grassi, pesquisadora da Fiocruz.
Nem sempre a técnica de usar o vírus desativado, embora seja a mais antiga e tradicional, funciona. Mas, no caso da covid-19, ela se mostrou efetiva, e a Coronavac previne 100% dos casos graves e evita 50,38% das infecções pelo vírus. Até o momento, ela se mostra efetiva contra as variantes do vírus. Já as vacinas AstraZeneca/Oxford e Pfizer/BionTech usam tecnologias mais modernas. A primeira, considerada uma vacina de segunda geração, usa um adenovírus, vírus que geralmente causa infecções respiratórias, modificado em laboratório. No vírus, é incluído uma sequência de proteínas típicas do coronavírus - a spike.
No corpo, acrescenta Grassi, essas proteínas vão gerar uma resposta imune do corpo. “Esses anticorpos evitam a infecção”, diz. A eficácia da Astrazeneca, se tomadas as duas doses, é de 90%, mostraram ensaios clínicas. Já a Pfizer, considerada uma vacina de terceira geração e com eficácia de 95%, usa uma tecnologia ainda mais moderna. A infectologista Fernanda Grassi explica que, nesse imunizante, há aplicação de uma sequência de RNA material genético - que mimetiza a proteína spike, a mesma utilizada na AstraZeneza. E s s a versão consegue desencadear uma reação do sistema imunológico, que cria anticorpos no corpo de um indivíduo, sem causar danos à saúde.