Correio da Bahia

Santo cardápio de vacinas

Proteção Entenda como funciona cada um dos três imunizante­s disponívei­s na Bahia

- Fernanda Santana REPORTAGEM fernanda.santana@redebahia.com.br

Cada vacina usa uma técnica específica para combater um vírus. Algumas usam o vírus inativado. Outras passam por processos de modificaçã­o genética do vírus. Mas, todas cumprem o que precisam, nesta pandemia: prevenir mais mortes pela covid-19. As três vacinas contra a doença disponívei­s hoje, na Bahia, atuam de diferentes formas no corpo, mas seguem esse padrão.

O estado tem disponibil­idade, hoje, para vacinar a população com três imunizante­s: a Coronavac, produzida no Brasil pelo Instituto Buntantan; a AstraZenec­a, criada pela Universida­de de Oxford em parceria com a farmacêuti­ca AstraZenec­a e produzida nacionalme­nte pela Bio-Manguinhos, da Fiocruz; e a Pfizer, produzida pela farmacêuti­ca que dá nome ao imunizante e a alemã BioNTech. Elas usam diferentes tecnologia­s para chegar ao objetivo final da imunização.

A Coronavac, criada na China pela farmacêuti­ca Sinovac com transferên­cia da tecnologia para o Instituto Butatan, foi a primeira a ser aplicada no Brasil. A primeira aplicação aconteceu em São Paulo, no dia 17 de janeiro deste ano. Na Bahia, ela chegou dois dias depois. “A Coronavac é uma vacina de primeira geração. Usa um vírus desativado para estimular a resposta imune do corpo”, explica a infectolog­ista Fernanda Grassi, pesquisado­ra da Fiocruz.

Nem sempre a técnica de usar o vírus desativado, embora seja a mais antiga e tradiciona­l, funciona. Mas, no caso da covid-19, ela se mostrou efetiva, e a Coronavac previne 100% dos casos graves e evita 50,38% das infecções pelo vírus. Até o momento, ela se mostra efetiva contra as variantes do vírus. Já as vacinas AstraZenec­a/Oxford e Pfizer/BionTech usam tecnologia­s mais modernas. A primeira, considerad­a uma vacina de segunda geração, usa um adenovírus, vírus que geralmente causa infecções respiratór­ias, modificado em laboratóri­o. No vírus, é incluído uma sequência de proteínas típicas do coronavíru­s - a spike.

No corpo, acrescenta Grassi, essas proteínas vão gerar uma resposta imune do corpo. “Esses anticorpos evitam a infecção”, diz. A eficácia da Astrazenec­a, se tomadas as duas doses, é de 90%, mostraram ensaios clínicas. Já a Pfizer, considerad­a uma vacina de terceira geração e com eficácia de 95%, usa uma tecnologia ainda mais moderna. A infectolog­ista Fernanda Grassi explica que, nesse imunizante, há aplicação de uma sequência de RNA material genético - que mimetiza a proteína spike, a mesma utilizada na AstraZenez­a. E s s a versão consegue desencadea­r uma reação do sistema imunológic­o, que cria anticorpos no corpo de um indivíduo, sem causar danos à saúde.

 ?? ARISSON MARINHO/ARQUIVO CORREIO* ?? Na Bahia, três vacinas estão sendo aplicadas, incluindo a Coronavac
ARISSON MARINHO/ARQUIVO CORREIO* Na Bahia, três vacinas estão sendo aplicadas, incluindo a Coronavac

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil