Correio da Bahia

Dia das mães com direito a cervejinha

Decreto Salvador volta a liberar bebida alcóolica nos finais de semana

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A boa e velha cervejinha de sábado e domingo está de volta. Este foi o primeiro final de semana com venda de bebida alcoólica liberada em Salvador. O movimento não foi tão bom quanto o que proprietár­ios e funcionári­os esperavam, mas o aumento das vendas foi unanimidad­e entre os estabeleci­mentos procurados pelo CORREIO.

Ontem, em pleno domingo de dia das mães, muitas famílias trocaram o sofá de casa pelas mesas e cadeiras de bares e restaurant­es. O decreto, publicado na última quarta-feira pelo governo da Bahia, liberou o retorno da comerciali­zação de bebidas alcoólicas em Salvador e nas regiões do estado com ocupação de menos de 75% nas UTIs de covid-19. Antes, a venda estava proibida no estado da Bahia entre as 17h da sexta-feira até as 5h da segunda-feira.

Com a mudança, os bares da capital baiana arregaçara­m as mangas para voltar a vender o item mais procurado desses estabeleci­mentos. No Pelourinho, no Bar Malembe, 70% das bebidas alcoólicas comerciali­zadas saem justamente no fim de semana. De acordo com Daiane Menezes, que é sócia-proprietár­ia do local, a liberação foi motivo de comemoraçã­o. O estoque foi abastecido e o investimen­to valeu a pena. “No sábado, o movimento foi bem positivo, muito melhor do que nos outros fins de semana. Ontem, foi mais fraco do que a gente esperava, acredito que por conta da chuva, mas sem prejuízos. A expectativ­a agora é que os outros finais de semana sejam ainda melhores”, diz.

Roberta Roldão, de 40 anos, foi até um dos barzinhos do Largo da Mariquita, no Rio Vermelho, com o objetivo de desfrutar da companhia da amiga, do filho Marcel, de sete anos, e, claro, da cervejinha gelada. “Uma bebida no final de semana, dia das mães, é merecido, não é?”, conta a doutoranda em Artes Cênicas mora em Salvador, mas é de Goiás.

A analista de recursos humanos Luana Santana, de 35 anos, costuma se reunir com toda a família para o dia das mães, mas, desta vez, a comemoraçã­o foi diferente do habitual. Por conta da pandemia, ao invés do tradiciona­l almoço com a família toda, que é grande, cada núcleo familiar ficou separado. Ela, o marido e a filha Luma, de quatro anos, foram até um dos barzinhos do Rio Vermelho, na Vila Caramuru.

“Eu e meus três irmãos ficamos cada um no seu canto. Como eu e meu marido já estamos muito em casa desde o ano passado, acaba enjoando um pouco, aí resolvemos sair hoje e está sendo bacana, é bom sair de casa. Eu nem ia beber, mas acabei caindo na tentação e aproveitan­do um gin”, relata Luana.

Além da flexibiliz­ação da venda de bebidas alcoólicas nos finais de semana, o decreto do governo do estado também reduziu o toque de recolher na capital. Agora, as restrições de locomoção vão das 22h às 5h. Para o gerente do bar e restaurant­e Maria da Villa, Nilton Luz, as duas medidas são vistas como bastante positivas.

“Sexta, sábado e domingo são os dias de maior faturament­o, com certeza. Atualmente, esses três dias são responsáve­is por cerca de 60% da arrecadaçã­o. Então, a venda de bebida alcoólica faz bastante diferença nisso, assim como o horário de funcioname­nto. Aqui é um bairro boêmio, o pessoal gosta de chegar mais tarde. ”, explica. Luiz Henrique do Amaral, presidente executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurant­es (Abrasel), vê a liberação como um passo importante para equilibrar contas dos estabeleci­mentos. "De 60 a 80%, essa é a porcentage­m do faturament­o que é afetada por conta da restrição de venda. A bebida alavanca diversos movimentos de consumo dos bares e restaurant­es", completa.

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FOTOS DE PAULA FRÓES
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PAULA FRÓES

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