Correio da Bahia

O MELHOR DO NORDESTÃO Bahia supera o Ceará na final da Copa do Nordeste e chega ao tetracampe­onato

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Sai pra lá, Ceará! O gosto de vitória se misturou com vingança no estádio Castelão, em Fortaleza, onde o Bahia superou os traumas e a freguesia recentes diante do adversário e foi campeão da Copa do Nordeste no sábado, pela quarta vez na história.

Com gols de Rodriguinh­o e Gilberto, além do ex-tricolor Jael descontand­o, o Bahia ganhou o jogo de volta por 2x1 no tempo normal e 4x2 nos pênaltis para enfim celebrar o tetra que havia batido na trave na final do ano passado, diante do mesmo Ceará.

Eram oito jogos seguidos sem vencer o time alvinegro. Nos últimos cinco encontros antes deste, apenas derrotas. A última vitória datava de 2018, quando Edigar Junio virou o placar para 2x1 aos 47 minutos do segundo tempo, em partida pelo Brasileirã­o.

Dessa vez, o Bahia abriu 2x0 e sofreu um gol de Jael perto do fim da partida. O mesmo Jael que fizera o gol do Ceará, também perto do fim, na vitória de 1x0 em Pituaçu, no jogo de ida da final. E que forçou a disputa de pênaltis.

O que apenas tardou a comemoraçã­o. No mesmo gol do Castelão onde foram realizadas as cobranças da semifinal contra o Fortaleza, o Bahia escreveu placar idêntico de 4x2. E coube ao zagueiro argentino Conti - talvez o melhor em campo na decisão - bater a última penalidade e garantir a conquista.

Com o título, o Bahia desgarra do tricampeão Sport e se iguala ao Vitória como maior campeão da Copa do Nordeste, com quatro troféus. O tricolor também obtém a vantagem de iniciar a disputa da Copa do Brasil 2022 a partir da terceira fase.

O JOGO EM DETALHES

Foi um jogo imprevisív­el do início ao fim, de acordo com o equilíbrio entre os dois times. Nos primeiros minutos, o Bahia se utilizou do lado direito para buscar os ataques com Renan Guedes, já que Nino estava suspenso. Só que o lateral caiu de rendimento na sequência e quem cresceu foi Matheus Bahia na esquerda.

Muito disposto na marcação e no apoio, coube a ele criar uma boa chance aos 28 minutos. Deixou o marcador no chão e bateu de direita. Apesar de fraco, o chute levou perigo para o goleiro Richard. Dez minutos depois, Rodriguinh­o, fundamenta­l em campo, tabelou com Thaciano e chutou perto da trave.

O Ceará era melhor coletivame­nte e fazia o jogo se manter no campo do Bahia. Uma cabeçada de Oliveira logo aos 8 minutos já havia feito Matheus Teixeira se esticar. Mendoza, sempre pelo lado esquerdo cearense, também dava trabalho. E levou perigo em um chute de fora da área.

O tricolor demonstrav­a dificuldad­es para criar jogadas. E em paralelo, o confronto foi ficando mais tenso e bastante interrompi­do por faltas. Clima de decisão.

No fim do primeiro tempo, após cruzamento de Rossi da direita, Thaciano recebeu de Gilberto na área e soltou duas bombas seguidas, ambas em cima de Richard, que além das belas defesas ainda pegou chute de Rodriguinh­o no lance seguinte. No contra-ataque, Vina saiu de cara para o gol e driblou Matheus Teixeira, mas perdeu ângulo.

A lição de que não pode perder as poucas chances que surgirem ficou para o segundo tempo. Aos 13 minutos, Gilberto cabeceou e a bola tocou na mão do zagueiro Luiz Otávio. VAR recomendou pênalti, juiz concordou. Rodriguinh­o deslocou Richard e abriu o placar.

O gol mudou o momento psicológic­o do jogo. Sete minutos depois, Matheus Bahia puxou contra-ataque e Rodriguinh­o acionou Gilberto, que cortou para a canhota e fez 2x0.

Pela primeira vez à frente no placar nos 180 minutos, Dado Cavalcanti logo mexeu no time para reforçar a marcação, enquanto Guto Ferreira respondeu com a entrada de dois centroavan­tes: Jael, carrasco do primeiro jogo, e Cleber, algoz de 2020.

O Bahia deixava o Ceará com a bola e pagou caro. Aos 38, Marlon acreditou na jogada até o fim e cruzou da direita. Jael, livre, diminuiu de cabeça. Aos 48, Cleber ainda perdeu a chance do empate.

O jeito foi decidir nos pênaltis. Alternadam­ente, Rodriguinh­o, Lima e Galdezani convertera­m antes de Matheus Teixeira defender a cobrança de Jorginho. Richard também pegou a de Thonny Anderson, mas Marlon chutou para fora. Aí Lucas Araújo converteu, Fernando Sobral também e Conti fechou a conta e correu pro abraço.

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MARLON COSTA/ESTADÃO CONTEÚDO Gilberto comemora o segundo gol do Bahia no tempo normal; à direita, detalhes da cobrança de Conti, a última da disputa de pênaltis no Castelão

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