Correio da Bahia

Aratu terá carga inédita e sustentáve­l ETAPAS

Meio ambiente Braskem trará para porto nafta com compensaçã­o de carbono

-

Na próxima sexta-feira (14), o Porto de Aratu vai receber o primeiro carregamen­to de natfa, principal matéria-prima da indústria petroquími­ca, com a compensaçã­o do carbono emitido no processo de produção e de transporte. A operação, realizada em caráter experiment­al pela Braskem, em parceria com a empresa que fornece o produto, é vista como um caminho para tornar mais sustentáve­l a produção da indústria petroquími­ca global.

O navio Minerva vai atracar em Aratu com uma quantidade de nafta suficiente para abastecer as unidades da Braskem no Polo de Camaçari por aproximada­mente três dias. A carga foi embarcada em Corpus Christi, no Texas (EUA) e deve realizar uma viagem de 15 dias até Aratu. As emissões equivalent­es de dióxido de carbono (CO2) que serão compensada­s vão desde a extração de petróleo bruto e a movimentaç­ão por oleoduto, ao processame­nto para produzir nafta e ao transporte marítimo da carga de 325 mil barris.

A Trafigura, empresa que forneceu o produto, fez a coleta dos dados relacionad­os ao processo. Ela trabalhou com o armador do navio para minimizar as emissões associadas ao transporte da carga, o que incluiu o afretament­o de um navio com maior eficiência energética, além de um acordo para que seja feita uma redução de velocidade.

As compensaçõ­es foram obtidas de projetos localizado­s na Indonésia, que são verificado­s de forma independen­te pela Verified Carbon Standard. “A Braskem está comprometi­da com uma estratégia de economia circular neutra em carbono, e este piloto é um passo nessa direção, contribuin­do para compensar parte das emissões da cadeia de valor”, disse Hardi Schuck, diretor de Insumos, Químicos e Afretament­o Global da Braskem. “Este anúncio é alinhado aos nossos esforços para continuar a avançar em inovação e desenvolve­r soluções de baixo carbono”, complement­a.

“É uma operação nova, primeira vez no mundo que acontece uma compensaçã­o com carga de nafta. A gente precisa analisar como a sociedade vai ver essa operação, para decidirmos se faz sentido para nós e está de acordo com a nossa extratégia”, explica. A Braskem já definiu como estratégia a redução da pegada de carbono, diz Schuck.

Isso passa por consumir menos energia, emitir menos carbono, aumentar o portifólio de matérias-primas renováveis e estudos tecnológic­os para o uso do CO2 como matéria-prima. “Esses são os

Produção Foram contabiliz­adas as emissões no processo de extração da matéria-prima petroquími­ca da natureza e o seu transporte até a área de refino. As principais emissões estão relacionad­as à energia para bombear o produto.

Refino Posteriorm­ente, o material chegou à unidade de refino da Trafigura, no Texas, que gasta energia para o refino do produto e transforma­ção dele em nafta, que é a matéria-prima utilizada pela indústria petroquími­ca.

transporte A nafta produzida no Texas é colocada em um navio, que também queima combustíve­l, até chegar à Bahia eixos principais, em que já atuamos. Agora apareceu essa nova possibilid­ade que iremos ver como vai se encaixar em nossa estratégia”, destaca. Segundo ele, a compensaçã­o pode entrar como uma iniciativa a mais neste processo para reduzir a pegada de carbono.

Apesar de ainda se organizar como algo voluntário, o mercado mundial de carbono está em franco cresciment­o. As empresas não são obrigadas a fazer esse tipo de operações, mas ele está se organizand­o e se documentan­do muito bem, de modo que já existem entidades que fazem a certificaç­ão destes projetos, explica Hardi Schuck. No caso da operação entre a Braskem e a Trafigura, foram escolhidos dois projetos para a recuperaçã­o de áreas pantanosas na Indonésia.

Segundo Schuck os esforços de compensaçã­o poderão ser realizados no Brasil futurament­e.

“Nós estamos realizando a operação e fazendo uma avaliação deste processo, até aqui está sendo tudo muito positivo. Concluindo que o processo foi bom, deu certo e que valeu a pena, podemos vir a fazer projetos no Brasil e acredito que seria até mais convenient­e que isso aconteça no Brasil”, avalia o diretor da Braskem.

 ?? DIVULGAÇÃO ??
DIVULGAÇÃO
 ?? AKUO ENERGY/DIVULGAÇÃO ??
AKUO ENERGY/DIVULGAÇÃO

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil