Correio da Bahia

O mundo visto pelo olhar das fezes

Na História O cocô movimenta o mundo da ciência, é combustíve­l e pode ser pivô de situações inusitadas

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Uma das maiores injustiças do mundo é comparar algo ruim das nossas vidas com a bosta. Se algo dá errado, falamos logo “que merda!”. Quanta discrimina­ção com o número dois. Ele pode até não cheirar bem, mas o cocô está longe de ser uma bosta, se é que você me entende. Nações já travaram guerras por cocô e o que desperdiça­mos no vaso sanitário pode substituir a gasolina num futuro bem próximo.

As fezes possuem até ciência própria. Conhecido como coprologia, ele tem papel importante em diversos seguimento­s científico­s, como biologia, medicina, nutrição, química e até paleontolo­gia. Todas as áreas de conhecimen­to desmistifi­caram a figura do cocô, que hoje se tornou um aliado na saúde, criação de combustíve­l, energia, e até na história da humanidade e da vida na terra.

Inclusive um pedaço de cocô pode mudar o rumo da história do homem na América. Desde 1930, acreditava-se que o Homo sapiens chegou no continente americano há 13 mil anos, pelo Alaska, no finalzinho da Era Glacial. Nada como umas fezes para acabar com a vida de um cientista. O fóssil de um tolete foi achado numa caverna em Oregon, Estados Unidos. Depois de analisado, constatou-se que as fezes tinham 14 mil anos. Ou seja, mais velho que a teoria anterior. O cocô move o mundo e até na lua ele está presente. Fezes dos astronauta­s que pisaram no satélite natural ainda estão lá, separados em sacos. E tem seu valor. A Nasa pretende ‘resgatar’ estes dejetos, analisando como o número 2 se comportou todos estes anos exposto na condição lunar. As curiosidad­es não param no mundo das fezes.

Contudo, algumas pessoas ainda acham um tabu ir ao banheiro. Na Coreia do Norte, o ex-ditador Kim Jong-il morreu com a fama de nunca ter ido ao banheiro nem para fazer um xixi. Para a cultura da nação, o fato de o líder supremo não fazer o número 2 o deixava próximo dos seres divinos. Já seu sucessor e filho, Kim Jong-un, prefere ser mais mortal. Para todo canto que vai leva seu banheiro privativo, para evitar sanitários públicos ou possíveis atentados. Seu carro oficial inclusive tem um penico real. E quem resolver usar o trono do ditador pode receber até pena de morte.

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