A ‘Cepa América’ está entre nós?
Linhagem inédita foi detectada em delegações estrangeiras na Copa América; confira o que já se sabe sobre essa nova variante da covid
Na Colômbia, a tensão social, com protestos contra o governo local, levou ao cancelamento do evento. Dias depois, a Argentina se negou a hospedar o torneio devido ao recrudescimento da pandemia no país, com o aumento do número de infectados.
PREOCUPAÇÃO
Mas, afinal, quais são os riscos dessa linhagem? O primeiro registro da variante é do dia 11 de janeiro, na Colômbia. Além do país vizinho, ela tem ocorrências relevantes em países como
Estados Unidos, Espanha, México e Holanda.
Essa cepa é considerada uma variante “de alerta” pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade classifica as cepas do coronavírus entre variantes de preocupação como a gama, que surgiu em Manaus, e a delta, que teve origem na Índia -, como variantes de interesse, como a lambda, do Peru, e variantes de alerta.
É como se, na hierarquia das linhagens que merecem atenção, as de preocupação fossem as primeiras e as de alerta ficassem em terceiro lugar. Pela definição da OMS, o alerta indica que se trata de uma variante com mutações genéticas que podem indicar riscos futuros, mas cujas evidências ainda não são totalmente conhecidas. Daí a necessidade de monitoramento constante.
Enquanto isso, o Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças (ECDC) já a classifica como uma variante de interesse - ou seja, o segundo nível mais preocupante. Segundo o órgão, quando uma cepa está nesse grupo, é porque já existem evidências que revelam impacto significativo na transmissibilidade ou na gravidade dos casos.
“O que deve ser feito é acompanhar todos os contactantes dessas pessoas (com a variante colombiana) por um período que garanta que elas não tenham desenvolvido nenhuma forma do Sars-cov-2”, explica o pesquisador Ricardo Khouri.
Assim, com a vigilância genômica, a cadeia de transmissão seria fechada e daria para garantir que essas foram as únicas entradas da cepa colombiana