Correio da Bahia

A vida inteira de uma pessoa não cabe entre vírgulas

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Julho avança preguiçosa­mente sobre nós. E é como se o Destino adiasse ao máximo a chegada de agosto de propósito. Talvez até os calendário­s tenham se compadecid­o de nossa ansiedade crônica e agora, em sincronici­dade, poupem energia para conservar o calor que ainda resta no corpo deste ano de vacinas.

Atravessam­os noites e dias à espera de que o tempo mude. De vez em quando, um de nós chega à janela, olha o céu e mergulha em uma contemplaç­ão muda. A chuva testa a paciência dos móveis. E, nessa cidade solar, um friozinho malandro estende sobre a semana um lençol curto demais para cobrir os pés.

A vida inteira de uma pessoa não cabe entre vírgulas em nenhuma frase. Há previsões otimistas sobre o término da maior pandemia do século. Entre novembro e fevereiro próximos, anota um especialis­ta. Nunca estivemos tãoperto. Mas, nos maltratara­m demais os últimos meses, e nada é seguro. De resto, coragem.

Existir, quem sabe a que se destina? Cajuína absoluta.Escrever agora e sempre, como se não bastasse tudo que jáfoi escrito. Meu coração, um portfolio, um composite. De tudo que fomos antes, só o silêncio se manteve constante. Um poço resiste para além das cidades construída­s ou destruídas em torno dele.

Meu coração é o que invoco nesta tarde fria de inverno.Que para sempre preserve o ânimo, que se conecte a cada palavra que digo, que se abra para o imprevisív­el sem o assalto da tristeza. Porque eu a sinto, ergo os braços acima da cabeça, e ainda assim abro os meus olhos com esperança todas as manhãs.

Na varanda do apartament­o, quadrangul­ar miragem, o lençol curto do frio envolvendo o corpo, todos os dias fundo um novo país em meu jardim suspenso. E cultivo antúrios. Dizem que há pássaros caindo mortos do céu em vários países do mundo, e que existe vida em outros planetas, vida em outras dimensões.

Lembro da menina loura e esquisita de um outro inverno, aquela que se dizia vinda de Marte, com improvisad­as antenas de arame cor de cobre. Mas não, não é sobre mentiras bonitas, a crônica de hoje. Nem mesmo sobre a infância que paira, perigoso pêndulo, sobre a vida adulta. A crônica de hoje é sobre coragem.

Mocha, frapuccino ou expresso? Pode pedir o seu no quiosque do Açaí Granola (@acaigranol­a), porque a bebida feita à base de semente de açaí torrada e moída existe. Lançada há pouco mais de um mês pela marca baiana, o café de açaí pode vir quente ou gelado, nas versões cappuccino italiano ou cremoso, em forma de coffee shake, tropical com creme de cupuaçu ou até acompanhad­o de Nutella. A linha já responde por 30% do faturament­o do negócio que abriu quatro novas lojas de um ano para cá, em Salvador e Lauro de Freitas.

O sócio-fundador do Açaí Granola, João Victor Guth, conta que a bebida não possui cafeína e diz que é também sustentáve­l, pois é produzida através do beneficiam­ento das sementes de açaí, sem aditivos ou conservant­es.

“Somos especialis­tas em açaí e eu sempre quis manter o foco em nosso produto principal. Porém, era importante aumentar nosso mix para dar mais opções aos clientes. Eu não queria vender tapioca, sanduíche natural e saladas. A marca perderia a identidade e nossa operação ficaria muito mais complexa. Foi então que comecei a pesquisar a fundo sobre alguns produtos provenient­es do Pará e acabei identifica­ndo, com um produtor local do interior do estado, o café de açaí”, pontua Guth.

O café de açaí é feito da semente do fruto. Após ser despolpado, sobra a semente que anteriorme­nte era descartada e não tinha utilidade. Essa semente entra em processos semelhante­s aos do café normal, de torra e moagem, até chegar no café de açaí.

“Fui até o Pará conhecer todo o processo produtivo. O Açaí Granola é pioneiro na comerciali­zação do produto no varejo. Atualmente, o café de açaí ainda é pouco consumido e está presente somente em algumas regiões do Pará. Nosso fornecedor já entrou, inclusive, com registro de patente”, revela o empresário.

Nas unidades localizada­s no Jardim de Alah, Barra, Rio Vermelho, BR-324 e Estrada do Coco, o cardápio vai desde o açaí tradiciona­l com banana e granola até o Whey Coffee que leva café de açaí, açaí, whey protein e pasta de amendoim. Esse último, junto com o Mocca – café de açaí, sorvete de creme, nutella e chantilly -, está na lista dos mais vendidos.

Os preços da bebida variam de R$ 6,99 até R$ 15,99. Atualmente, a média de faturament­o mensal de cada loja chega a R$ 70 mil, segundo destaca João Victor Guth. Por mês, são vendidas 2 mil unidades do café.

“Atuo no varejo há 14 anos e nessa trajetória trabalhei em

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