Covid provoca fuga em massa nas academias
da violência e do racismo do sistema de justiça e dos poderes. Quando se mente para a população sobre o que funciona, joga-se no ombro dos agentes de segurança toda a responsabilidade e pressão. O único ator cobrado efetivamente pela criminalidade e pelos abusos é único que está nas ruas.
Muitos agentes de segurança são seduzidos por lideranças autoritárias e oportunistas pela forma hábil com que estas manipulam o seu sentimento de injustiça. Alguns
soldados ainda não percebem que eles contribuem apenas para a sua degradação e ganham muito com ela. O diálogo e o debate racional sobre segurança pública, que evite o populismo penal e a cooptação são urgentes.
São inaceitáveis a relativização de chacinas e execuções e a defesa de operações sangrentas. Cartilhas de abordagem, como a preparada pela Defensoria, bem como políticas de controle e estímulo, como uso de câmeras, a premiação pela redução de autos de resistência e formação humanística permanente são medidas necessárias, assim como a efetiva defesa quando são acusados. Direitos humanos servem a toda a sociedade.
Os bons policiais precisam ser acolhidos e diferenciados, dentro e fora da corporação, para que se entenda que a melhor polícia é a que menos mata e a que é menos temida. Rambo é um péssimo modelo. Mas, precisamos olhar também além dos fardados.