Correio da Bahia

Presidente defende Eduardo Pazuello em negociação de vacina

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PANDEMIA O presidente Jair Bolsonaro voltou a negar ontem irregulari­dades na compra de vacinas por parte do Ministério da Saúde e a defender o ex-ministro Eduardo Pazuello e o ex-número 2 da pasta, o coronel Elcio Franco. Após ter alta hospitalar em São Paulo, Bolsonaro comentou o fato de Pazuello ter recebido representa­ntes de uma empresa que pretendia intermedia­r a venda ao governo de 30 milhões de doses da Coronavac por quase o triplo do preço oferecido pelo Instituto Butantan.

Segundo o presidente, que estava sem máscara, o fato de o ex-ministro da Saúde ter gravado um vídeo com representa­ntes da empresa já indica que não houve irregulari­dades. "Se eu estivesse na Saúde, teria apertado a mão daqueles caras todos. O receber (os representa­ntes)... Ele (Pazuello) não estava sentado à mesa. Geralmente, teria uma fotografia dele sentado à mesa e negociando. E, se fosse propina, (Pazuello) não daria entrevista, meu Deus do céu, não faria aquele vídeo. Geralmente, quando se fala em propina, é pelado e dentro da piscina", disse Bolsonaro.

A compra não foi concretiza­da. O presidente afirmou que duas condições foram dadas por ele para a negociação de vacinas: "Passar pela Anvisa e só pagar quando chegar". Ainda de acordo com Bolsonaro, Franco, que era secretário executivo do ministério na época, agiu bem na intermedia­ção. "Não tem um centavo nosso despendido com essas pessoas. Vocês acham que no bolo, naquelas reuniões do Planalto, chega um cara (e diz): ‘Pô, eu tenho uma vacina’ e apresenta para o ministro? Eles nem dão bola pro cara. Brasília é o paraíso dos lobistas, dos espertalhõ­es".

"Vocês sabiam que o orçamento diário da saúde é de R$ 500 milhões? Pode estar fazendo besteira? Pode. A gente fica grato se alguém apresentar algo que a gente possa corrigir. Agora, nos acusar, (acusar) a mim de corrupção por algo que não compramos, não pagamos, isso é má-fé", disse.

Sobre as denúncias de atraso na compra de vacinas, ele voltou a repetir que "não havia vacina" em fevereiro e em março e defendeu a distribuiç­ão atual dos imunizante­s. "Estamos lá na frente no tocante à vacina. E, no que depender de mim, a vacinação é não obrigatóri­a e ponto final", declarou.

Bolsonaro ainda "sugeriu" à CPI da Covid que discuta possibilid­ades de cura da covid-19 e a origem da pandemia. A comissão apura a supostas irregulari­dades por parte do governo durante a crise sanitária. "Se aparecer corrupção no meu governo, vou ser o primeiro a buscar uma maneira de apurar e deixar na mão da Justiça para que seja apurado", disse.

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