Haiti: viúva de presidente usa colete à prova de balas
RETORNO Viúva do presidente do Haiti, Jovenel Moïse, assassinado na capital Porto Príncipe no dia 7, Martine Moïse retornou ao país no sábado para acompanhar o funeral do marido.
Com o braço direito em uma tipoia e vestindo um colete à prova de balas, a primeira-dama desembarcou de um avião particular em Porto Príncipe após passar 10 dias em um hospital de Miami, nos Estados Unidos, para tratar os ferimentos que sofreu no ataque que culminou no assassinato de Jovenel.
Acompanhada de seguranças, Martine foi saudada no aeroporto pelo primeiro-ministro interino, Claude Joseph. O funeral será realizado no dia 23, na cidade histórica de Cap-Haitien. Antes de retornar ao país, no sábado, Martine emitiu uma declaração gravada do hospital acusando os inimigos de seu marido de pretenderem “matar seu sonho, sua visão, sua ideologia”.
O presidente do Haiti foi morto a tiros após assassinos armados com rifles de assalto invadirem sua casa nas colinas acima de Porto Príncipe, colocando o país na incerteza e desencadeando uma investigação frenética para identificar os autores do plano.
No sábado, um grupo importante de diplomatas internacionais sinalizou apoio ao primeiro-ministro designado um dia antes da morte de Jovenel, Ariel Henry, na primeira declaração desse tipo após o assassinato do presidente. O movimento surpreendeu porque ocorreu sem mencionar o primeiro-ministro interino, que dirige o país com o apoio da polícia e dos militares e se comprometeu a trabalhar com todos - incluindo Ariel Henry e Joseph Lambert, o chefe do inativo Senado.
O comunicado foi divulgado pelo Core Group, composto por embaixadores da Alemanha, Brasil, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, União Europeia e representantes das Nações Unidas e da Organização dos Estados Americanos. O grupo pediu a criação de “um governo consensual e inclusivo”.