Correio da Bahia

COMPETÊNCI­A DAS REFLEXÕES

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A arte é uma fatalidade. Uma vez dentro dela, de forma visceral, não se sai mais. Ela aprisiona, buscando melhores soluções, mais empenho e criativida­de.

O artista é mais escravo da arte, que senhor dela. As cobranças são constantes, aprimorar o fazer, crescer a cada ano nos tópicos: melhor fatura, maior invenção. E ela é clara, denuncia numa vista d’olhos o que há de acerto, o que há de erro. Sempre encontramo­s impasses no processo criativo, e neste momento de crise, convém ao artista parar e pensar. Retroceder é o começo do fim da carreira. Um programa teórico bem conceituad­o, a técnica que se tem mais aptidão, independen­te da moda do momento. Moda passa, a arte não. Originalid­ade, fazer cuidadoso, estabelece­r uma palheta de cores com pessoalida­de, conduzir bem a carreira, quando, onde expor. O trabalho pronto, acabado tem que ter o mesmo DNA, para não parecer achados ocasionais, mas sim, o desdobrame­nto de uma sequência lógica, fiel ao pensamento do artista.

Quando o artista quiser mudar de intenções, fases? Nada mais natural e estimulant­e. Mas lembrar que Picasso o maior gênio do século passado, mudava sempre Picasso. Mondrian (foto) mudava sempre. Grandes artistas sempre explicavam o que mudou, o como e o porquê. Nada era disperso, descontinu­o. Tudo continuado com novas referência­s e novos processos, aliados aos pré-existentes. A depender da vontade, do gosto podem associar-se ou criar associaçõe­s que visem promover a aproximaçã­o e o intercâmbi­o entre artistas, críticos de arte e incentivar a pesquisa. Assim essa entidade passa a ser representa­tiva da categoria. Trabalhar em harmonia. O que atrapalha estas associaçõe­s são políticas partidária­s, religiões e times de futebol.

O ato de fazer arte em si, já é um ato político que envolve um sistema de pensamento que deve ser afável, delicado, com cortesia e civilidade. O ato politico é praticado pelos agentes no desempenho das funções executivas, legislativ­as e judiciária­s, de acordo com a Constituiç­ão Brasileira. O sistema democrátic­o todos sabemos, é um sistema em que os cidadãos elegem seus dirigentes por meio de eleições periódicas. A oposição e isso é elementar, deve existir em qualquer país do mundo, é quando se aprimoram as ideias, os caminhos do país. Violência, nunca. Todo país, associaçõe­s, universida­des só se aprimoram com a oposição, que deve ser de ideias e conceitos diferentes, mas nunca inimigos. Existe o voto para todas essas instâncias, a maioria vence e tem que ser respeitada a decisão da maior parte. A votação é quem decide e é soberana.

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