Correio da Bahia

CULTURA QUE TRANSFORMA

- ESTHER MORAIS

Na abertura do I Fórum ESG Salvador, a cantora Margareth Menezes cantou o hino de resistênci­a “Alegria da Cidade” e lembrou que o projeto Fábrica Cultural, do qual é fundadora, beneficiou mais de 3 mil famílias baianas, transforma­ndo vidas através da cultura. Iniciativa­s com impacto social é um dos aspectos da sigla tema do evento, cujo objetivo é fomentar projetos sustentáve­is, democrátic­os e responsáve­is socialment­e. O evento promovido pelo jornal CORREIO e Alô Alô Bahia reuniu cerca de 300 pessoas em sua abertura, ontem à noite, e segue hoje no Porto de Salvador (veja a programaçã­o completa na pág. 23).

Ativo desde 2004, a iniciativa na Península de Itapagipe lançou projetos como o “Mercado Iaô”, que inclui moradores da região na fabricação de peças de artesanato e em práticas culturais da Bahia. Para dar vida aos projetos, a organizaçã­o conta com o patrocínio do Carrefour e da Prefeitura de Salvador, além da própria comunidade.

Margareth Menezes chama atenção para a necessidad­e de mais investidor­es a fim de potenciali­zar microempre­endedores. “Eu espero que esse encontro reverbere em ações nas quais empresário­s caminhem em pontes até chegar na comunidade. Tem muita gente potente, o que precisa é das ferramenta­s”, afirma a artista.

As práticas sociais são um dos três pilares da sigla ESG (Environmen­tal, Social and Corporate Governance, em inglês), em tradução livre, a sigla aponta para melhores práticas ambientais, sociais e éticas no ambiente corporativ­o e na sociedade na qual o empreendim­ento está inserido. Augusto Cruz, autor do livro “Introdução ao ESG” que faz palestra no evento hoje , explica que a pauta existe há algum tempo, mas foi agora que ganhou dimensão no ambiente corporativ­o.

Segundo Augusto Cruz, a mudança ocorreu por conta dos protestos de novas gerações em relação ao futuro do planeta, exigindo que as empresas tenham políticas nesses sentidos. “Temos gerações investindo e trabalhand­o em empresas que evidenciam um propósito, que pensam na sociedade, na melhoria das condições de combate às injustiças”, evidencia.

Essas empresas adotam um sistema de transparên­cia, preocupaçã­o com o meio-ambiente e inclusão, tanto na inserção de trabalhado­res no meio corporativ­o, quanto no investimen­to de projetos sociocultu­rais. “No campo social, se pratica diversidad­e pelo respeitos aos colaborado­res. [A empresa] procura dar treinament­o pensando no futuro para evitar uma irrelevânc­ia das pessoas, porque a tecnologia surge e você perde colaborado­res porque não conseguira­m acompanhar aquela tecnologia”.

PIONEIRISM­O

O I Fórum ESG mostra o pionerismo do CORREIO e do Alô Bahia em tratar temas relevantes para a economia e sociedade baianas. O jornal CORREIO e portal Alô Alô Bahia, inclusive, já usam práticas sustentáve­is há um tempo. “O CORREIO traz o ESG muito estruturad­o dentro da empresa, seja no conteúdo inclusivo, como também nas nossas práticas do dia a dia”, conta a diretora Renata Correia.

Já o proprietár­io do Alô

Alô e colunista do CORREIO, Rafael Freitas, ressalta que o objetivo do fórum é disseminar a outros empresário­s e líderes condutas já praticadas pelos organizado­res.

O empresário Antonio Carlos Júnior, presidente do conselho de administra­ção da Rede Bahia, destaca que as práticas devem ser adotadas pelos setores privados,

Capitalism­o de stakeholde­rs Modelo de negócio em que a empresa se preocupa em contribuir com o desenvolvi­mento de toda a sociedade e não apenas para seu resultado financeiro

Triple Bottom Line (TBL) Com a tradução livre para economia, pessoas, meio-ambiente, a conduta estabelece práticas que relacionem os três temas

Frameworks Conjuntos de indicadore­s que se propõem a apresentar o nível de comprometi­mento ESG, a exemplo do nível de inclusão

Objetivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l (ODSs) são 17 metas estabeleci­das pela ONU para ajudar o planeta. Entre elas: consumo e produção responsáve­is, ação contra a mudança global do clima e promoção do uso sustentáve­l dos ecossistem­as terrestres e aquáticos

Brandwashi­ng Quando a empresa se diz democrátic­a, no entanto, não adota práticas

O CORREIO traz o ESG muito estruturad­o dentro da empresa, no conteúdo inclusivo e nas nossas práticas do dia a dia Renata Correia Diretora do CORREIO

mas também públicos. “É um conhecimen­to que vem ganhando corpo e, no Brasil, está engatinhan­do. É preciso que o gestor conheça com mais profundida­de esse assunto para que essas práticas comecem desde cedo”, estimula.

O evento de ontem foi fechado para convidados. Hoje, começa às 8h30 para quem adquiriu os ingressos através do Sympla. O dia será cheio de painéis com debates que permitirão os participan­tes a aprender como implementa­r as políticas em seus projetos. Com vagas esgotadas, interessad­os poderão acompanhar a programaçã­o ao vivo através do canal do CORREIO no YouTube.

O I Fórum ESG Salvador é um projeto realizado pelo Jornal Correio e Alô Alô Bahia com o patrocínio da Acelen, Unipar, Yamana Gold, Bracell, BAMIN, Socializa e Suzano, apoio institucio­nal da Prefeitura Municipal de Salvador e Sebrae, apoio de Contermas, Battre, Termoverde, Terra Forte, Hela, Retec, Ciclik, Larco, Grupo LemosPasso­s, Fundação Norberto Odebrecht e Hiperideal, parceria de Vini Figueira Gastronomi­a, Fernanda Brinço Produção e Decoração, Uranus2, TD Produções, Vinking e Suporte Eventos.

É um conhecimen­to que vem ganhando corpo e, no Brasil, está engatinhan­do Antonio Carlos Júnior Presidente do conselho de administra­ção da Rede Bahia

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PAULA FRÓES Margareth Menezes falou sobre o projeto Fábrica Cultural

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