Correio da Bahia

Ataque russo vaza nitrato de amônio na Ucrânia

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GUERRA Um bombardeio das forças russas no leste da Ucrânia levou a um vazamento de nitrato de amônio, ontem, e ao pedido que as pessoas da região não deixassem suas casas. Essa substância química, um fertilizan­te, foi a mesma que levou a uma explosão no Porto de Beirute, no Líbano, em 2020.

O bombardeio ocorreu no centro de Sloviansk, cidade na região de Kramatorsk, e danificou o armazém onde era guardado o nitrato de amônio. Não há informaçõe­s sobre mortos ou feridos.

As autoridade­s da cidade ucraniana pediram que as pessoas não se aproximem do armazém e fiquem dentro de suas casas, mas afirmaram que não há riscos de morte para a população - o composto químico pode causar

77 dias já dura a invasão russa na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro

problemas respiratór­ios caso seja inalado em grandes quantidade­s. Moradores da região postaram fotos nas redes sociais, nas quais é possível ver uma forte fumaça alaranjada.

O ataque da Rússia faz parte da ofensiva das forças de Vladimir Putin no leste ucraniano, com bombardeio­s nas cidades de Donetsk, Siversk e Avdiivka, além de Sloviansk.

O armazename­nto de forma errada de nitrato de amônio causou a maior explosão não nuclear já registrada, no Porto de Beirute, no Líbano, em agosto de 2020. A tragédia deixou 100 mortos e mais de 4 mil pessoas feridas.

Na ocasião, testemunha­s relataram tremor e janelas quebradas em várias partes de Beirute, capital do país. O choque foi sentido até no Chipre, ilha que fica a 240 quilômetro­s de distância.

Ainda sobre a guerra na Ucrânia, ontem o vice-chefe do governo instalado pela Rússia na cidade de Kherson, Kirill Stremousov, disse que o governo local planeja pedir ao presidente russo, Vladimir Putin, que anexe a região. De acordo com a autoridade, porém, não há intenção de criar uma “República Popular de Kherson” semelhante às de Donetsk e Luhansk, outras regiões separatist­as pró-Rússia.

“A cidade de Kherson é a Rússia”, disse Stremousov à agência de notícias estatal RIA Novosti. “Não haverá referendos. Será um decreto baseado em um apelo da liderança regional de Kherson ao presidente russo, e haverá um pedido para incluir a região em uma região adequada da Federação Russa”.

Tomar o controle de Kherson, no sul da Ucrânia, foi o ganho mais significat­ivo da Rússia na guerra até agora.

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