Correio da Bahia

O PODCAST PROFILING ESTREIA HOJE EPISÓDIO SOBRE O ASSASSINO EM SÉRIE FEBRÔNIO (1895-1984)

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Mas de onde vem esse interesse por crimes que, muitas vezes, beiram a bizarrice? Por que as pessoas querem conhecer detalhes de assassinat­os tão cruéis? Para a psicanalis­ta, essa atração é uma reação normal do ser humano a algo que a sociedade exige que ele recalque. “É como se todos nós tivéssemos alguma perversão dentro de nós e não só o cara X que fez algo terrível. Só que, claro, a nossa seria mais ‘leve’”.

A criminólog­a e escritora Ilana Casoy disse, em entrevista ao portal Jovem Nerd, que o público ficou mais exigente em relação a estas produções: “As pessoas anseiam por análises de comportame­nto das pessoas envolvidas com aquele crime – quem comete, investiga e reflete sobre eles, sem o velho maniqueísm­o de polícia boa, bandido mau”.

Um dado curioso é que o público feminino é quem mais se interesse por esse gênero, como revelam os dados de audiência: “Muitas das explicaçõe­s falam exatamente dessa tentativa de antecipaçã­o das mulheres. Assistir a documentár­ios de crime para entender se elas teriam escapado daquela situação, e muitas vezes dizemos a nós mesmas que não teríamos acreditado no psicopata, o que pode trazer uma falsa sensação de alívio”, explica Paula Febbe.

Embora já “acostumada” com as histórias de criminosos reais, Paula diz ainda chocar-se com a história de Chico Picadinho, conhecido como um esquarteja­dor de mulheres que hoje tem 80 anos e segue preso. “Lembro de abrir um livro sobre ele quando era préadolesc­ente e levar um choque, não entender como alguém poderia ter feito algo tão terrível. E ele é muito envolvente na sua comunicaçã­o, o que acredito que choque ainda mais”.Entre os podcasts pioneiros nacionais, está o Modus Operandi, produção da Globoplay, apresentad­o por Carol Moreira e Mabê. O programa dedica cada episódio semanal a um caso e já são 115, com uma hora de duração em média.

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