Militares da Marinha são presos por assassinato
RIO DE JANEIRO Quatro homens foram presos, ontem, entre eles dois sargentos e um cabo da Marinha do Brasil, por envolvimento no assassinato do perito papiloscopista da Polícia Civil Renato Couto de Mendonça, no Rio de Janeiro. O crime teria ocorrido após uma desavença entre a vítima e o dono de um ferro-velho localizado na Praça da Bandeira, zona norte, na última sexta-feira, 13.
As investigações apontam que Renato Couto de Mendonça, que trabalhava no Instituto de Identificação Félix Pacheco (IIFP), foi sequestrado pelo filho do proprietário do ferro-velho ao lado de três colegas, todos militares da Marinha. De acordo com a Polícia Civil do Rio, uma viatura da própria Marinha foi usada no crime.
Segundo a principal linha de investigação, Renato foi morto e teve o corpo jogado no rio Guandu, no município de Japeri, na Baixada Fluminense. A polícia informou que os presos serão autuados por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
A equipe da 18ª Delegacia de Polícia, da Praça da Bandeira, recebeu a informação sobre o crime, e os agentes conseguiram identificar e prender os homens apontados como autores do assassinato. Os policiais também fizeram buscas para localizar o corpo do perito, que ainda não havia sido encontrado até
Militares e filho do dono do ferro-velho usaram carro da própria Marinha para transportar corpo
o fechamento desta edição, às 23h de ontem.
A ação para prender os apontados pelo assassinato contou com agentes da 18ª DP, Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e do IIFP.
Segundo relatos de testemunhas à polícia, o perito teria ido se queixar de peças furtadas numa obra na praça da Bandeira. Ele atribuiu ao dono do ferro-velho a responsabilidade pelo sumiço das peças. O dono do ferro-velho teria, então, chamado o filho, Bruno Santos de Lima. Ele e o perito discutiram e brigaram fisicamente e, de acordo com a investigação, a vítima acabou baleada na confusão.
Ainda segundo as testemunhas, após ferir o perito, o filho do dono do ferro-velho teria pedido auxílio ao cabo Daris Fidelis Motta e ao sargento Manoel Vitor Silva Soares, ambos da Marinha para jogar o corpo do perito nas águas do rio Guandu.
Em nota, a Marinha afirmou lamentar o ocorrido, se solidarizar com os familiares da vítima e reiterou firme “repúdio a condutas e atos ilegais que atentem contra a vida, a honra e os princípios militares. A Marinha reforça, ainda, que não tolera tal comportamento, que está colaborando com a polícia”.