Finlândia anuncia pedido de adesão à Otan; Rússia ameaça
FIM DA NEUTRALIDADE A Finlândia decidiu solicitar o pedido de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O anúncio foi feito ontem, pelo presidente e a primeira-ministra e oficializa o que ambos vinham afirmando desde a semana passada, apesar das ameaças russas de retaliação. “Este é um dia histórico. Começa uma nova era”, declarou o presidente finlandês, Sauli Niinisto, em uma entrevista coletiva
O Parlamento finlandês deve analisar o projeto de adesão hoje, mas analistas consideram que a grande maioria dos congressistas apoia a iniciativa. A decisão encerra uma neutralidade militar histórica da Finlândia, que compartilha uma fronteira de 1.300 quilômetros com a Rússia. Havia 75 anos que o país não estava em alianças internacionais, mas desde que o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou suas tropas a partirem em direção a Kiev, autoridades do país nórdico colocaram em xeque o posicionamento de décadas.
Niinisto e a primeira-ministra Sanna Marin tinham anunciado na quinta-feira que eram favoráveis a uma adesão “sem demora” à aliança ocidental. A intenção deve ser seguida por um movimento semelhante da Suécia e confronta com o objetivo de Putin de frear a expansão da Otan para as fronteiras da Rússia.
No último sábado, Putin disse ao presidente finlandês Sauli Niinisto que acabar com a neutralidade seria um erro que poderia prejudicar as relações entre os dois países. O governo russo descreveu esse movimento como ‘ameaça à segurança’.
A entrada na Otan necessita da aprovação dos 30 países-membros da aliança e uma oposição turca pode atrapalhar. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, garantiu que o país nórdico será recebido de “braços abertos” na aliança.