Entidades defendem a Justiça Eleitoral e criticam presidente
ELEIÇÕES Um grupo de mais de 200 entidades e organizações da sociedade civil, batizado "Coalização para a Defesa do Sistema Eleitoral", entregou, ontem, ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, uma carta em reação aos ataques do presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados ao processo eleitoral. As entidades dizem que não vão aceitar "a condição de reféns de chantagens e ameaças de ruptura institucional após pouco mais de três décadas em que a normalidade democrática foi restabelecida
Mais de 200 grupos entregaram carta a Edson Fachin condenando os ataques do presidente Jair Bolsonaro
em nosso país, com o custo de muitas vidas, sofrimentos, privações e lutas".
"Tais agressões, bravatas e afirmações desprovidas de respaldo técnico, científico e moral, servem a um único propósito: o de gerar instabilidade institucional, disseminando a desconfiança da população brasileira e do mundo acerca da correção e regularidade das eleições brasileiras, e, por consequência, desacreditar o próprio país, como nação democrática, colocando em xeque a segurança jurídica, em momento especialmente delicado, em que se faz essencial a tranquilidade e a isenção de ânimos, para que o processo eleitoral transcorra sem sobressaltos ou mesmo atos de violência", afirmam as entidades na carta.
O presidente Jair Bolsonaro
tem feito seguidos ataques às urnas eletrônicas e colocado em dúvida a transparência das eleições. No ano passado, após três anos falando em "fraudes eleitorais", o presidente admitiu não ter provas das acusações contra o sistema eleitoral.
Fachin recebeu o documento em uma reunião com o grupo, composto por entidades e organizações da sociedade civil, entre elas, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, a Coalizão Negra por Direitos e a ColetivA Mulheres Defensoras Públicas do Brasil. Na carta, o grupo afirma que é “inadmissível” que Bolsonaro atue de “forma exatamente oposta a seus deveres jurídicos e institucionais, atacando de forma periódica o sistema eleitoral brasileiro".