Correio da Bahia

Turquia diz que não vai aprovar Suécia e Finlândia na Otan

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ALIANÇA MILITAR No dia em que a primeira-ministra da Suécia, Magdalena Andersson, anunciou que o país se juntará à Finlândia e solicitará adesão à Organizaçã­o do Tratado do Atlântico Norte (Otan), na esteira da invasão da Ucrânia pela Rússia, o comunicado que mais chamou atenção partiu do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.

Ele confirmou que votará contra a adesão dos países nórdicos, o que já é suficiente para vetar, porque qualquer proposta de adesão à aliança militar deve ser aprovada por unanimidad­e de seus 30 membros.

Erdogan afirma que os dois países “não têm uma posição clara contra grupos terrorista­s”, incluindo militantes curdos. Nos últimos cinco anos, Suécia e Finlândia rejeitaram 33 pedidos de extradição do Ministério da Justiça turco. A Suécia também suspendeu as vendas de armas à Turquia desde 2019 por causa da operação militar na Síria.

Os curdos formam uma etnia sem território, cuja maioria dos integrante­s mora na Turquia (e os demais no Irã, Iraque e Síria principalm­ente). Eles fizeram parte do Império Turco Otomano e ficaram sem território após a dissolução, no fim da 1ª Guerra Mundial. Atualmente, organizam-se politicame­nte no Partido dos Trabalhado­res do Curdistão, que se insurge contra a Turquia em busca de emancipaçã­o.

Em meio ao impasse, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenber­g, conversou ontem com o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu. Depois, escreveu em seu Twitter que o país é um aliado valioso e que “devemos estar juntos neste momento histórico”.

Já Erdogan revelou que representa­ntes da Suécia e da Finlândia irão à Turquia nos próximos dias para tentar persuadi-lo. “Não precisam se incomodar”, disse.

Suécia e Finlândia rejeitaram extraditar militantes curdos considerad­os terrorista­s pelo governo da Turquia

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