Exército nega ter desistido de auditoria de urnas
24H BRASIL
FISCALIZAÇÃO O Comando do Exército classificou de “fake news” a informação divulgada em reportagem no site do jornal o Estado de São Paulo que a Força Terrestre decidiu, em reunião de cúpula, desistir da apuração paralela dos votos e reconhecer o resultado indicado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo a nota, a reunião não tratou de “assuntos de natureza político-partidária” e manifesta “total repúdio ao conteúdo” da reportagem. “Na reunião do Alto-Comando do Exército não foram tratados assuntos de natureza político-partidária. Os dados são inverídicos e tendenciosos”, diz o texto.
O presidente Jair Bolsonaro, que costumeiramente ataca a credibilidade das urnas eletrônicas e da Justiça Eleitoral, afirmou em live nas redes sociais, que as Forças lhe devem lealdade. “A matéria afirma que o ‘Alto-Comando diz que quem ganhar leva a Presidência e se afasta de auditoria de votos’. Mentira”, disse Bolsonaro. “Existe uma coisa que a imprensa não sabe, chama-se lealdade".
A reportagem narra que, depois da última Reunião do
Alto-Comando do Exército (RACE), realizada entre 1 e 5 de agosto no Quartel-General em Brasília, começou a se disseminar na caserna a mensagem de respaldo ao resultado das eleições presidenciais, independentemente do vencedor.
O Estado de São Paulo apurou que, após o encontro, os comandantes das
Reportagem apurou que o Alto Comando passou a mensagem de que ‘quem ganhar leva a Presidência’
Forças Armadas começaram a evitar exposição política e a dar sinais de distanciamento da inédita auditoria das eleições. O processo vai checar parcialmente a soma dos votos no domingo e monitorar testes de funcionamento das urnas. Tal fiscalização foi um pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Fontes militares com conhecimento do assunto disseram à reportagem que o documento com o resultado dessa auditoria não vai adentrar na seara de atestar ou reprovar a confiança das eleições. O texto deve se restringir a reportar o trabalho de fiscalização nas suas duas últimas fases: os testes de integridade das urnas e a checagem amostral do somatório por meio de boletins de votação.
O general Freire Gomes, comandante do Exército, o almirante Almir Garnier, da Marinha, e o brigadeiro Baptista Junior, da Aeronáutica, não pretendem se pronunciar após a declaração do resultado pelo TSE. Assim, os comandantes devem seguir a linha de circunscrever as ações de fiscalização das eleições ao Ministério da Defesa como uma forma de blindar as tropas da ativa de ações políticas do governo.