ESTADO É O MAIOR ENTRE OS QUE NÃO TIVERAM PRESIDENTE PARA CHAMAR DE SEU
A Bahia é o estado mais populoso do Brasil que nunca elegeu um presidente. Se as proporções matemáticas fossem respeitadas na política, com cerca de 8% da população o estado teria celebrado três chefes do Executivo nacional.
O estado mais vitorioso nas campanhas presidenciais é Minas Gerais, com nove, seguido por Rio Grande do Sul e
São Paulo, ambos com sete. Ao todo, 13 estados têm um presidente para chamar de seu,sendo Rio Grande do Norte, Paraíba, Maranhão, Ceará e Pernambuco no Nordeste.
Tendo Salvador como primeira capital do Brasil (até 1763), a Bahia foi uma das províncias mais importantes do período imperial, comumente dona da segunda maior bancada do Senado. Para os historiadores, alguns motivos explicam a falta de protagonismo após a Proclamação da República, em 1889, principalmente a crise econômica enfrentada pelo estado no final do século XIX e início do XX.
“A Bahia sempre foi um estado muito ligado à aristocracia, à elite que era rica simplesmente por ser filho de alguém também rico e com um título de nobreza. O Império era aristocrata, mas a República passa a ser oligárquica. Ou seja: era rico e, consequentemente, poderoso quem construiu sua riqueza com o café, principalmente. Por isso, a elite baiana não consegue manter o prestígio. Tanto que a República, inicialmente, é militar e depois Café com Leite”, explica o historiador Carlos Zacarias.
Isso, no entanto, não quer dizer que a Bahia era desimportante. Dono de um dos maiores colégios eleitorais, o estado sempre era convocado pelas elites de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro para fazer parte das coalizões – e em quase todos os momentos aceitava fazer parte do acordo, mas não o liderava.