Alunos protestam contra ‘projeto pra fechar universidade’
PITUAÇU Um grupo de alunos da Universidade Católica do Salvador (Ucsal) realizou um protesto no campus Pituaçu ontem contra um suposto sucateamento da tradicional instituição de ensino superior. Eles se queixam, por exemplo, do baixo número de professores, do mínimo de disciplinas por semestre (seis) e do formato do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que passou a ser obrigatoriamente em grupo.
“Temos diversos cursos que estão sendo constantemente sucateados. Além disso, estamos passando por uma situação em que somos basicamente coagidos a pegar disciplinas que não precisamos”, contou o estudante Victor Gabriel Oliveira, 24 anos. “A grade é montada pela universidade, e não sabemos quanto estamos pagando por cada matéria”, reclamou o jovem.
Em nota, a Ucsal afirmou que segue o seu regimento geral em relação à matrícula e que se reuniu com os estudantes que estiveram no ato de ontem, tratando as reivindicações “cuidadosamente”, com nova reunião marcada para esta semana. “Todas as demandas dos estudantes foram devidamente registradas em ata e já foram ou estão sendo resolvidas”, informou o comunicado.
No mês passado, ex-professores da Ucsal denunciaram ao CORREIO o não pagamento, pela universidade, de indenizações trabalhistas a cerca de 60 docentes demitidos em massa entre julho e agosto de 2022 — realidade que se mantém até hoje. Segundo relatórios da própria instituição, de 2010 a 2020, o número de professores caiu de 751 para 352, ou seja, 53% a menos. No mesmo período, a queda de alunos foi de 30%.