Correio da Bahia

DPE apura ações adotadas após morte de indígenas

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EXTREMO-SUL A Defensoria Pública da Bahia (DPE) instaurou Procedimen­to para Apuração de Dano Coletivo (PADAC) para identifica­r as medidas de enfrentame­nto à escalada de violência contra os povos indígenas do extremo-sul do estado. O órgão informou que o objetivo é assegurar a garantia dos direitos de acesso à justiça, de garantias judiciais e o de reparação dos familiares das vítimas dos assassinat­os ocorridos no contexto de luta pelo território do povo Pataxó.

A instauraçã­o do PADAC aconteceu após o quarto assassinat­o registrado no território indígena em quatro meses e foi uma decisão do Grupo de Trabalho pela Igualdade Étnica publicada em portaria do Diário Oficial de 26 de janeiro. Entre as vítimas estão os primos Samuel Cristiano do Amor Divino, 21 anos, e Nauí Brito de Jesus, 16, mortos no dia 17 de janeiro quando retornavam a uma das fazendas recentemen­te ocupadas pelo povo Pataxó.

A Defensoria requisitou informaçõe­s aos órgãos federais, estaduais e municipais competente­s acerca das providênci­as adotadas.

De acordo com a coordenado­ra do GT de Igualdade Étnica, Aléssia Bertuleza Tuxá, o foco do procedimen­to é averiguar as medidas adotadas, cobrar e dar apoio aos familiares. “A Defensoria vai provocar algumas instituiçõ­es no sentido de saber quais providênci­as foram tomadas e acompanhar os desdobrame­ntos com foco na assistênci­a aos familiares”, afirmou a defensora.

Ela explica ainda que, em se tratando de dano sofrido por uma comunidade indígena, o conceito de família adotado para atuação da Defensoria da Bahia é ampliado. “Nós não vamos nos restringir à família biológica das vítimas, mas ao povo Pataxó como um todo, que sofreu com essas perdas.”

As informaçõe­s e documentos apurados no procedimen­to poderão ser utilizados em medidas judiciais ou extrajudic­iais relativas à demanda, inclusive, para Termos de Ajustament­o de Conduta (TAC).

A instauraçã­o do procedimen­to aconteceu após o quarto assassinat­o registrado em território indígena em quatro meses na região sul do estado

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