Correio da Bahia

Valdemar diz que sua fala foi apenas uma 'metáfora'

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MINUTA DO GOLPE Em depoimento à Polícia Federal ontem, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que usou uma "metáfora" quando disse que "todo mundo" tinha uma minuta do golpe em casa". Em entrevista ao jornal O Globo, Valdemar disse que integrante­s do governo Jair Bolsonaro tinham, em suas casas, propostas similares à "minuta do golpe" encontrada pela Polícia Federal na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança pública do Distrito Federal.

No depoimento prestado à PF, porém, o presidente do PL apontou que recebeu "duas ou três propostas" da "minuta do golpe". Segundo ele, os documentos não tinham identifica­ção e ele disse que "simplesmen­te moía" os textos. O presidente do PL contou que "nunca levou ao conhecimen­to do partido" os fatos e que não tratou do assunto com Bolsonaro.

Perguntado sobre possíveis relações com os acontecime­ntos em Brasília, em 8 de janeiro, em especial no que tange a possíveis contatos com o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança pública do Distrito Federal, Anderson Torres, o presidente do PL afirmou que, nos quatro anos do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, teria ido "apenas uma vez" ao Ministério da Justiça

Presidente do PL não foi tão enfático em seu depoimento à Polícia Federal, ontem

e também disse que "não tinha relações com Anderson Torres" e que não conhecia ninguém do alto comando da Polícia Militar do DF.

QUEM É

Valdemar Costa Neto retornou aos holofotes da política ao negociar a filiação do presidente Jair Bolsonaro ao seu partido. Com perfil histórico de articulado­r de bastidores, teve grande queda com envolvimen­tos no escândalo do mensalão. Condenado à época pelo STF a sete anos e dez meses de prisão, em 2012, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Costa Neto foi preso em 2013, após a Suprema Corte rejeitar os embargos infringent­es apresentad­os pela defesa e decretar o trânsito em julgado do processo contra ele.

Do Centro de Progressão Penitenciá­ria (CPP), onde cumpriu sua pena antes de receber o perdão de pena do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, em 2016, Costa Neto manteve o controle sobre o PL e, consequent­emente, sua sobrevida e expressão no cenário político.

Agora, encontra-se envolvido com novo escândalo de proporções nacionais.

Com informaçõe­s de Agências.

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