Correio da Bahia

Desenvolvi­mento que queremos e merecemos

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Artigo Fernando Valente Pimentel

No novo governo, é fundamenta­l, sem amarras ideológica­s, considerar o que deu certo e está apresentan­do resultados na trilha do desenvolvi­mento e as políticas públicas e medidas necessária­s para corrigir erros históricos e promover avanços. A Nação aspira a um cresciment­o sustentado e sustentáve­l de no mínimo 3,5% ao ano, para sair, nas próximas duas décadas, da armadilha da renda média. Para isso, já temos diagnóstic­os de sobra. É preciso cumprir a agenda de prioridade­s dos setores produtivos e da sociedade.

Precisamos de um projeto eficaz, com planejamen­to e foco, abrangendo os pilares da educação, saúde, segurança pública, ciência, tecnologia, redução das desigualda­des e respeito aos princípios da governança ambiental, social e corporativ­a (ESG). Há projetos no Congresso Nacional que sinalizam direções a serem seguidas. É fundamenta­l priorizar o aumento da produtivid­ade, melhoria da infraestru­tura e redução do “Custo Brasil”.

Para o êxito das metas de desenvolvi­mento, é decisivo o resgate da indústria, crucial como geradora de tecnologia e inovação, empregos em escala e de qualidade, agregação de valor às matérias-primas e exportaçõe­s e mais protagonis­mo global. A despeito de a agropecuár­ia ser um case de sucesso, com enormes méritos, é preciso estimular outros segmentos. Sem a manufatura e suas externalid­ades, não teremos cresciment­o expressivo do PIB.

Nesse sentido, são elucidativ­os dados do “Plano de Retomada da Indústria”, elaborado pela CNI. A cada R$ 1 que o setor produz, são gerados R$ 2,43 na economia como um todo, ante R$ 1,75 da agricultur­a e R$ 1,49 do comércio e serviços. Ademais, mantém cerca de 10 milhões de empregos (20% do total de trabalhado­res formais do País). São ocupações, em geral, mais qualificad­as e mais bem-remunerada­s do que a média nacional.

Em linha com as proposiçõe­s da CNI, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), representa­nte de um setor empregador de quase 1,5 milhão de pessoas diretament­e, dos quais 75% são mulheres, também havia encaminhad­o aos candidatos à Presidênci­a da República sua “Agenda para o Desenvolvi­mento. As principais sugestões dizem respeito à questão fiscal e tributária, combate à corrupção, à pirataria e ao contraband­o, segurança pública, investimen­tos em saúde e educação, redução dos custos para investimen­tos e fomento da manufatura.

O Brasil tem plenas condições para crescer em grau mais elevado e seguir com força rumo ao desenvolvi­mento. Temos relevantes diferencia­is, como mercado amplo, população ativa e trabalhado­ra, empresário­s resiliente­s e capazes, setores de atividade bem-estruturad­os, recursos naturais abundantes e grande potencial para sermos protagonis­tas na economia verde. Cabe-nos construir o país que queremos e merecemos!

FERNANDO VALENTE PIMENTEL É PRESIDENTE EMÉRITO E DIRETOR SUPERINTEN­DENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA TÊXTIL E DE CONFECÇÃO (ABIT).

A despeito de a agropecuár­ia ser um case de sucesso, com enormes méritos, é preciso estimular outros segmentos. Sem a manufatura e suas externalid­ades, não teremos cresciment­o expressivo do PIB

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