Correio da Bahia

Plano Estratégic­o desenha projeto moderno

- TEXTO DE DONALDSON GOMES.

A Bahia tem cargas que justificam investimen­tos na modernizaç­ão da sua malha ferroviári­a. Mas não só isso: o estado precisa investir no modal de transporte­s, caso não queira perder o bonde da história. Ou o trem.

Foi este o alerta passado na apresentaç­ão do Plano Estratégic­o Ferroviári­o da Bahia, realizado pela Fundação Dom Cabral (FDC), ontem. O evento foi promovido pela Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), representa­da pelo Conselho de Infraestru­tura (Coinfra), e a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM).

"Estamos propondo a transforma­ção de um sistema ferroviári­o com caracterís­ticas do Século XIX para um sistema ferroviári­o do Século XXI", resumiu o pesquisado­r Bernardo Figueiredo, um dos responsáve­is pelo estudo. Segundo ele, um dos caminhos para a modernizaç­ão da estrutura ferroviári­a da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), atualmente gerida pela VLI, seria o uso da outorga pela renovação da concessão, entre R$ 2 bilhões e R$ 4 bilhões, na recuperaçã­o e atualizaçã­o da infraestru­tura na Bahia.

"Se pegar a outorga para converter o projeto de melhorias aqui na Bahia, se viabiliza", aponta. "A ferrovia da Bahia é viável", disse Bernardo Figueiredo.

PLANEJAMEN­TO

Outro alerta do pesquisado­r diz respeito ao planejamen­to dos investimen­tos. "A gente criou um instrument­o para pensar as ferrovias da Bahia e o estado precisa levar para o Governo Federal a proposta dele, dizer o que o quer", defendeu. "Tem várias Bahias falando, mas precisamos de uma convergênc­ia nesse sentido", avisou.

Para Figueiredo, chegar a um consenso em relação à estrutura ferroviári­a para a Bahia deve ser uma das prioridade­s. "É preciso chegar num consenso e detalhar para que se chegue a um resultado o mais rápido possível", disse.

Bernardo Figueiredo explica que no mundo inteiro houve uma compreensã­o quanto à necessidad­e de se investir no transporte ferroviári­o, dados os avanços constantes nos preços do petróleo.

"A China hoje tem uma estrutura ferroviári­a moderna, a Europa tem os trens de alta velocidade, mas nós não investimos", pondera. "Deixamos a nossa malha no mesmo estágio em que estava em 1800", destaca. Para ele, o Brasil só agora está começando a perceber isso.

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