China estreita laços com a Rússia em meio à crise com os EUA
ALIANÇA Às vésperas do primeiro aniversário da guerra na Ucrânia - amanhã -, a Rússia recebeu ontem garantias de apoio da China. O presidente russo, Vladimir Putin, se reuniu com o chanceler chinês, Wang Yi, de quem recebeu a promessa de aprofundamento de laços entre os dois países em um cenário em que Moscou se vê cada vez mais isolado internacionalmente. A oferta coincide com a piora das relações entre China e Estados Unidos, na esteira da crise dos balões espiões.
Putin disse ao diplomata chinês que está ansioso para dar em breve as boas-vindas na Rússia ao “meu amigo” Xi Jinping, o líder da China. Mas não há até o momento indicações de que Xi viaje ao país. Wang respondeu que aprofundar o relacionamento com a Rússia continua sendo uma prioridade para a China, ao mesmo tempo em que declarou que seu governo quer ajudar a achar uma saída política para a guerra.
“Nossas relações nunca foram dirigidas contra terceiros países”, disse Wang a Putin, em referência aos EUA. “Nossas relações resistiram à pressão da comunidade internacional e estão se desenvolvendo de forma muito estável”, acrescentou.
Dias antes da invasão russa à Ucrânia, no ano passado, a China reforçou sua aliança “sem limites” a Putin, em um sinal de que não isolaria a Rússia. Depois, rejeitou explicitamente criticar a invasão da Ucrânia. A China criticou as sanções impostas à Rússia, e o governo russo, por sua vez, tem apoiado firmemente a China em meio às tensões com os EUA sobre a ilha de Taiwan. Mas em algumas ocasiões a China deu sinais ambíguos e se mostrou mais crítica à Rússia em relação à guerra.
Putin está procurando consolidar alianças à medida que os estágios iniciais da nova ofensiva da Rússia para engolir o território ucraniano parecem estar falhando.
Enquanto Putin e Wang se encontravam, o presidente americano, Joe Biden, se reunia com membros do flanco oriental da Otan.