Correio da Bahia

Enganada pelo TikTok, menina é mantida em cárcere privado a 3 mil km de casa

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ALESSANDRA, uma menina de 12 anos foi raptada no bairro de Sepetiba, Zona Oeste do Rio e mantida em cárcere privado por oito dias em São Luís, até ser resgatada pela polícia do Maranhão na terça-feira (14). Nesse período, foi impedida de se comunicar com a família pelo açougueiro Eduardo da Silva Noronha, de 25 anos.

Eduardo e a garota começaram a se relacionar por interações do TikTok há cerca de dois anos, cada um de sua cidade, separadas por 3.076,3 km (cerca de 43 horas pela BR-135). Ele dizia ter 16 anos.

Os pais da garota haviam descoberto o ‘namoro’ depois de uma inspeção no celular dela e confiscara­m o aparelho. Depois de algumas semanas, percebendo que a menina estava muito triste, tiveram uma conversa com ela, que prometeu encerrar o relacionam­ento para poder ter acesso ao celular de novo.

No dia 07 de março, a menina saiu de casa para ir à escola, às 6h30, e não retornou. A família soube pelo pai de uma aluna da escola que Alessandra não chegou a entrar no colégio.

A investigaç­ão policial não trazia resultados. Alessandra estava incomunicá­vel no pequeno quarto em que estava aprisionad­a. Eduardo lhe deu um celular, e ficou com dela. Os aparelhos estavam espelhados para ele saber e evitar qualquer comunicaçã­o dela com a família. Sua localizaçã­o só foi possível porque ela usou o wi-fi do celular na única oportunida­de em que foi à rua com Eduardo, para comprar roupas em uma loja. Ela enviou uma mensagem para a irmã pedindo socorro e informando que estava sendo mantida em cárcere pelo homem.

A investigaç­ão descobriu que Eduardo foi ao Rio de avião, mas voltou para casa com um motorista de aplicativo, para o qual pagou cerca de R$ 4 mil. O açougueiro foi preso e autuado por sequestro e cárcere privado pela Polícia Civil do Maranhão. Alessandra voltou para o Rio acompanhad­a pelos familiares.

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REPRODUÇÃO Policial escolta garota logo após o resgate, no Maranhão

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