Conheça o baiano à frente do ifood
Inovação Fabricio Bloisi transformou empresa de 10 pessoas na maior foodtech da América Latina e quer mais
Antes, um guia impresso de cardápios. Hoje, mais de 65 milhões de pedidos mensais, 300 mil estabelecimentos cadastrados, 200 mil entregadores conectados em mais de 1,7 mil cidades em todo o Brasil. Não foi por acaso que o iFood se tornou um negócio que movimenta quase 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, e a gente vai mostrar como foi que poucas pessoas em uma salinha, sem dinheiro, investimento, capital de giro, nem cliente e produto, transformaram para sempre o mercado de alimentação no mundo.
“O iFood existe porque teve uma universidade pública onde eu pude estudar. Assim que me formei, montei a primeira empresa, a Movile, grupo o qual o iFood faz parte. Eu gosto de contar essa história para desmistificar a ideia de que o iFood é uma empresa americana que chegou aqui e investiu um monte. É bem diferente. A empresa quase quebrou umas dez vezes e erramos muito. Fomos testando, corrigindo a rota, nos cercando de pessoas muito boas até que começarmos a acertar, e ficamos muito bons em cultura, gestão, modelo de inovação”, conta o CEO da empresa, Fabricio Bloisi.
Fã de Ivete, Bell Marques, Carlinhos Brown e mais ainda de Gil e Caetano, Bloisi morou em Salvador até os 18 anos, quando pegou um ônibus na rodoviária com destino a São Paulo, onde cursou Ciência da Computação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Criamos uma empresa que é uma das principais do mundo começando na Bahia. Não foi nada fácil esse caminho. É importante contar isso, o que nós baianos podemos fazer. Quero muito que as pessoas acreditem - principalmente quem tem um pequeno negócio com 5, 10, 20 pessoas - e vá fundo. Desde Salvador, eu sonhava em criar uma empresa na área de tecnologia”.
Só na Bahia, o iFood conta com mais 1,3 milhões de entregas e mais de 10 mil restaurantes em 97 municípios, além de uma operação de 6,9 mil entregadores.
Ainda assim, Bloisi garante que ainda alimenta muitos outros sonhos de impacto e expansão. “Estamos só começando, temos muito o que fazer. A gente não quer só ser incrível, entregar uma comida boa para todos os bolsos, que seja saudável, para momentos especiais, mas, simultaneamente, alimentar o futuro, o que significa contribuir com educação, meio ambiente, inclusão, em reduzir desigualdades históricas”.
só fazem reforçar essa relevância. O Nordeste como um todo é uma região importante na estratégia do iFood, e hoje registra a maior quantidade de cidades em potencial para início de uma operação da empresa. Atualmente, mais de 25% de toda base de estabelecimentos cadastrados no iFood são da região Nordeste. A região é a terceira principal quando olhamos para o volume de pedidos que a plataforma, com uma média mensal de mais de 12%, e ainda concentra a segunda maior quantidade de entregadores parceiros.
Você fala muito em ‘sonhar grande’. O que isso significa? Quais são os ‘sonhos grandes’ que você alimenta no iFood?
Eu tenho vários sonhos grandes diferentes. Nosso sonho aqui no iFood é alimentar o futuro do mundo. A gente quer, inclusive, ser carbono-zero, referência em energia limpa e em produção sem poluir o meio ambiente. Temos capacidade de investimento e muita gente boa para torná-lo verdade, então, eu tenho mais responsabilidade ainda. Educação e tecnologia são alavancas essenciais para a transformação social do Brasil. Sempre estudei muito para conseguir realizar meu sonho grande. O propósito da empresa está muito alinhado com o que eu acredito. Esse objetivo nos motiva a evoluir, inovar e entregar muito mais do que pedidos. O programa Meu Diploma do Ensino Médio, por exemplo, possibilita que entregadores tenham cursos gratuitos e bolsas para se formaram no ensino médio. E, também, temos centenas de bolsas para que os entregadores façam faculdade gratuita de forma remota. Além disso, existe um programa que oferece curso de um ano para que entregadores e restaurantes aprendam ciência de dados e programação. Vários programadores do iFood são pessoas entregadoras que fizeram este curso e depois foram contratadas por nós no iFood e por outras empresas.