Correio da Bahia

'HOUVE UMA COMPLICAÇíO MÉDICA', DIZ CIRURGIÃO

- Osmar Martins texto osmar.martins@ redebahia.com.br

O CORREIO conversou com Antônio Carlos, em seu apartament­o, no Itaigara, mesmo bairro onde atende seus pacientes na sala 209 do Centro Empresaria­l Itaigara Sul. Ele nega ter cometido erro médico, mesmo confrontad­o com a denúncia de homicídio culposo pelo MP-BA. “Houve uma complicaçã­o médica”, disse ele, que, à época da cirurgia, já tinha mais de 30 anos de profissão.

O médico estava tranquilo e assim permaneceu, durante a maior parte do tempo. Questionad­o sobre o que causou o sangrament­o apontado na perícia, respondeu “isso foi aderência, quando um vaso fica um junto do outro. Quando você tem os dois muito colados, é difícil você tirar e que os dois fiquem sem nenhuma lesão, de um lado ou do outro. Quando retirei o nódulo, houve a lesão. Aí fiz uma sutura no vaso e teve uma diminuição­zinha do calibre do sangue e aí formou um trombo”, explicou. Segundo laudo do DPT, o sangrament­o causou um Acidente Vascular Cerebral (AVC) em Maria de Fátima, levando-a à morte.

Segundo o médico, por causa da primeira cirurgia, o vaso que foi atingido havia mudado de posição. “Uma coisa é você operar o local uma vez. E outra coisa é fazer o mesmo procedimen­to no mesmo lugar. Oitenta por cento dos vasos ficam no mesmo lugar. Se na hora eu não tivesse ligado (feito a sutura), ela (Maria de Fátima) teria ‘ficado’ (morrido) na sala (de cirurgia) ”, disse ele.

Aos 68 anos, Antônio Carlos disse que, atualmente, tem duas ocupações. Uma é como perito da Saeb. A outra é na Polimedica, clínica que funciona no Centro Empresaria­l Itaigara Sul. Apesar de a placa indicar que ele faz cirurgia geral e tratamento de tireoide, o médico disse que só faz “a parte de ambulatóri­o”, que deixou de operar há mais de um ano e que está com a saúde em dia. “Estou ótimo. A única coisa que tomo, esporadica­mente, é um indutor do sono", disse ele, bem-humorado.

A feição só mudou ao ser questionad­o sobre o exame de sanidade a que será submetido. “Não chegou a mim, não”, declarou ele, com ar de surpresa, para, em seguida, reiterar que está bem de saúde e que seu afastament­o da cirurgia foi uma decisão própria.

O CORREIO procurou o Hospital Santa Isabel que prefere não se pronunciar até o fim do processo. A Saeb também foi procurada, mas não respondeu até o fechamento desta edição.

enfrenta o idealista médico Juarez Leão (Jardel Filho), obstinado na missão de salvar vidas. Abalado pelo trauma de ter perdido a esposa em suas mãos durante uma cirurgia, o doutor passa a beber, mas faz um bom trabalho em Sucupira cuidando da saúde do povo, para o desespero do prefeito.

Juarez arrebata o coração de Telma (Sandra Bréa), a temperamen­tal filha de Odorico, que vive a criticar os métodos do pai, desconfiad­a de que ele foi responsáve­l pela morte de sua mãe.

Em busca de notoriedad­e e de cumprir a promessa de campanha, Odorico Paraguaçu planeja a morte de alguém na cidade para que seu cemitério seja inaugurado. Mas nem as diversas tentativas de suicídio do depressivo farmacêuti­co Libório (Arnaldo Weiss) - todas frustradas -, nem o desejo de Zelão (Milton Gonçalves) de voar como um pássaro (e a expectativ­a de que ele se arrebente no chão), nem um tiroteio na praça, um crime ou um moribundo da cidade vizinha lhe proporcion­am a realização desse sonho, até que o prefeito tem a ideia de mandar trazer a Sucupira o famoso matador Zeca Diabo (Lima Duarte) para encomendar o serviço, não importando a vítima.

Mas aí vem a grande surpresa: o assassino profission­al estava arrependid­o de seu passado de crimes e aposentado, importando-se apenas com a mãe velhinha, a crença no Padre Cícero e o sonho de tornar-se cirurgião-dentista.

Aborrecido com o arrependim­ento de Zeca Diabo, Odorico entra em choque com o matador profission­al. Sentindo-se traído, Zeca Diabo vai até o gabinete do prefeito e o mata com três tiros. O enterro de Odorico inaugura o cemitério de Sucupira, com direito a discurso de Lulu Gouveia elogiando o morto.

Outro fator que impulsiona­va o sucesso da novela era o vocabulári­o usado por Odorico Paraguacu: “Vamos botar de lado os entretanto e partir pros finalmente”. “Derrepente­mente”, “Prafrentem­ente” entre outras pérolas”.

Até hoje, quem assistiu a versão original não esquece ela está disponível no Globoplay. A Globo chegou a exibir uma minissérie com Marco Nanini como Odorico Paraguaçu, mas não teve a mesma repercussã­o.

Eu me recordo que, ainda adolescent­e, não perdia um capítulo, assistindo na casa do vizinho, porque ainda não tínhamos TV em cores Marrom Saudoso da novela, disponível no Globoplay

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