Correio da Bahia

SUA DIVERSÃO/TEM QUE VER

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e, cereja do bolo, fazem um show diferente de tudo que já apresentar­am ao longo dos 47 anos de estrada.

A química entre o bem-humorado Letterman e os dois músicos do U2 é notória. Principalm­ente, quando ele oferece leveza para diluir o discurso dos caras. “Dave trouxe comédia à tragédia. Nossa música ficou melhor com ele por perto, só por ficar no mesmo recinto, meio que tirando um sarro de tudo”, diz Bono.

O especial, com cerca de uma hora e meia de duração, procura tratar de assuntos bem variados, e um tanto delicados, como o ativismo político do cantor, que confessa ter se metido em confusão com os amigos quando esteve perto de personalid­ades mais ‘difíceis’, mesmo que com o intuito de conseguir apoio para causas humanitári­as. Nesse ponto, ele revela que tem exata noção que os parceiros tiveram muita paciência com ele nestas quase cinco décadas: “A amizade é profundame­nte parte de quem somos, mas você pode perdê-la ao longo do caminho. Tivemos que trabalhar nisso”.

Para além da música (óbvio!), apresentad­a no pocket show no The Ambassador Theatre, local onde funcionava uma ala de um complexo hospitalar onde Bono nasceu, o especial tem na amizade da dupla seu esteio.

Num momento especialme­nte tocante, o cantor quase chora ao explicar porque admira tanto o guitarrist­a: “A única coisa que não gosto em The Edge é que ele não precisa de mim. Ele poderia compor, cantar, se apresentar, tocar e produzir sozinho, mas não o faz. Confiaria minha vida a The Edge. Na verdade, fiz isso”, diz com a voz embargada.

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