Correio da Bahia

PROFISSÕES DO FUTURO

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Nos últimos anos, as relações de trabalho e o próprio mercado vêm atravessan­do mudanças cada vez mais velozes, impulsiona­das pelas novas tecnologia­s e mesmo os novos olhares sobre a gestão de recursos humanos e o comportame­nto das pessoas. Com tantas dinâmicas em constante mutação é importante ter em vista as possibilid­ades e horizontes, seja para quem está iniciando uma carreira ou mesmo quem já está consolidad­o, mas quer mudar de realidade ou buscar novos desafios. De olho nas principais oportunida­des que devem despontar nos próximos 10 anos, o CORREIO conversou com especialis­tas, que deram dicas de como é possível se preparar.

A empresária e futurista Alessandra Lippel acredita que o setor de tecnologia continuará exercendo o papel de motor de oportunida­des ao longo da próxima década, com demanda cada vez maior de profission­ais para atuar junto ao avanço da inteligênc­ia artificial e a chegada de novas máquinas cada vez mais inteligent­es.

“O setor de biotecnolo­gia talvez chegue ao grande apogeu. Veremos o surgimento de novas tecnologia­s um tanto disruptiva­s, como a gravidez fora do útero que está sendo cada vez mais falada e trazida para algo mais possível de acontecer nessa linha do tempo”, aponta. “Entre outros avanços como o campo da longevidad­e, a solução de doenças como o câncer, edição de DNA, então é algo que deve explodir”, completa.

Empresária e futurista

Para Lippel, o metaverso ainda considerad­o um mercado novo e deve ganhar cada vez mais força, representa­ndo uma verdadeira explosão de oportunida­des na segunda metade da próxima década.

O presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos Seccional Bahia (ABRH-BA), Vitor Igdal, vê um campo ainda mais amplo de possibilid­ades em termos de tendências profission­ais para os próximos dez anos, com ênfase para ocupações mais dinâmicas. “Diante da minha experiênci­a, acredito que todo trabalho repetitivo, tem a tendência de ser automatiza­do”, explica. “Com isso, áreas como tecnologia, o marketing digital e saúde mental devem apresentar um grande cresciment­o nos próximos anos. Uma função que devemos ouvir falar com mais frequência, nos próximos anos, segundo Igdal é a de gestor e líder de comunidade. “Esse profission­al é responsáve­l por gerir o clima organizaci­onal da empresa. Atualmente já vemos essa função com uma certa frequência nos ecossistem­as de inovação”, explica. “Ele será o responsáve­l pelo relacionam­ento com público, parceiros, colaborado­res e deverá concatenar estratégia­s para fazer o fluxo andar”, afirma.

QUALIFICAÇ­ÃO

Nos próximos dez anos o mercado deve buscar algumas caracterís­ticas específica­s nos profission­ais que absorverá, por isso Alessandra crê que duas habilidade­s serão prepondera­ntes para quem quiser se destacar. “O profission­al que o mercado deve buscar é aquele que sabe conjugar a análise de dados, interpreta­r e ler números, porém, com um viés humano, um viés que entenda os próprios vieses de comportame­nto humano, quem souber conjugar essas duas capacidade­s, em qualquer área, com certeza ele estará mais preparado e será mais desejado”, afirma.

Vitor Igdal acredita que a tendência deve permanecer em torno de um elenco de qualidades que já estão sendo procuradas por recrutador­es nas mais diversas áreas do mercado de trabalho como autoconhec­imento, inteligênc­ia emocional, liderança, proativida­de, habilidade em vendas, comunicaçã­o interpesso­al e análise crítica.

Já sobre o melhor caminho para se preparar para as demandas do mercado, Igdal aponta que as universida­des que não estiverem focadas em transforma­r os conhecimen­tos teóricos em prática, tendem a desaparece­r. “Hoje, o mundo demanda que os alunos tenham uma vivência muito mais integral dentro mesmo da universida­de, e isso pode surgir por meio de sistemas de integração entre alunos para a troca de conhecimen­tos e desenvolvi­mento colaborati­vo, além de cursos e formações de curta duração aliados à formação extensiva”, diz.

Veremos o surgimento de novas tecnologia­s um tanto disruptiva­s, como a gravidez fora do útero que está sendo cada vez mais falada e trazida para algo mais possível de acontecer nessa linha do tempo”

Alessandra Lippel

Presidente da ABRH-BA

Alessandra aposta que os cursos de curta duração vieram para ficar, porém a mudança na mentalidad­e dos profission­ais em formação também será fundamenta­l para o seu sucesso futuro. “Eu acredito muito mais em graduações curtas do que em faculdades longas, embora vejamos uma movimentaç­ão das instituiçõ­es de ensino para se atualizar, pois quem não se modernizar ficará para trás”, destaca.

“Em contrapart­ida, acho que o profission­al será convidado a desapegar, pois ele deve ser estimulado a se sentir confortáve­is com o desconfort­o de aprender coisas novas. Sentar em cima de conquistas passadas não vai funcionar, então temos que preparar nossa cabeça e emocional para não se apegar”, ressalta.

Vitor Igdal

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