Trabalhadores em situação de escravidão são resgatados
PENÍNSULA DE MARAÚ Sete trabalhadores da construção civil, entre eles um adolescente de 16 anos, foram resgatados de situação análoga à de escravos, anteontem, após serem encontrados por uma força-tarefa formada por diversos órgãos. As vítimas trabalhavam em uma obra em Barra Grande, na Península de Maraú, litoral sul da Bahia.
O grupo foi retirado do local de ‘trabalho’, que era também o alojamento, e levado para uma pousada paga pelo empregador.
O grupo trabalhava para duas construtoras, uma com sede em São Paulo e outra do próprio município, cujos nomes não foram revelados. Eles trabalhavam sem registro do contrato de trabalho, sem equipamento de segurança, instalações sanitárias, alojamento, fornecimento de água potável nem local para refeições. Além disso, trabalhavam durante jornadas exaustivas, acima de 52 horas semanais.
Eles dormiam em cômodos dentro da própria construção, sem portas, janelas nem camas. Foram encontrados colchonetes no chão. Alguns trabalhadores improvisaram dormitórios no segundo pavimento, acessando o local mil reais de verbas rescisórias foram pagos após acordo com empresas por uma escada improvisada em precárias condições de segurança.
No canteiro de obras não existiam banheiros, não havia fornecimento de água potável e um chuveiro ao ar livre era a única opção para a higiene pessoal. A cozinha era improvisada e não passava por higienização.
Na manhã de ontem, quando houve a divulgação do caso pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), a empresa responsável pela construção quitou as verbas rescisórias e assinou um termo de ajuste de conduta emergencial. Com isso, os resgatados seguirão para suas casas, todas em municípios do interior do estado, onde permanecem sob acompanhamento e assistência social. O
MPT ainda negocia com os empregadores um outro ajuste de conduta que inclua o pagamento de indenização e outras obrigações.
Os sete resgatados receberam o total de R$ 150 mil referentes a verbas rescisórias. Eles também terão direito a sacar três parcelas do seguro-desemprego especial.
150
52
era a quantidade de horas semanais que o grupo cumpria