Correio da Bahia

BC mantém Selic a 13,75% mesmo com as críticas do PT

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TAXA DE JUROS Em meio às pressões do governo pela queda nos juros, mas ainda no escuro sobre a proposta da equipe econômica de novo arcabouço fiscal para o País, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano pela quinta vez seguida.

A segunda manutenção da Selic já no atual governo era consenso no mercado diante da estratégia anunciada pelo Copom de estabilida­de da taxa neste patamar por um período "suficiente­mente prolongado" e mantém a Selic no maior nível desde janeiro de 2017.

Deste modo, o Brasil continua liderando o ranking de países com os maiores juros reais do mundo, aponta um levantamen­to da gestora

6,9%

Infinity Asset Management que compila dados das 40 principais economias globais. Juros reais são a taxa de juros corrente descontada a inflação. Eles, agora, estão em 6,94% no Brasil.

Ao justificar a decisão desta quarta-feira, 22, o BC avaliou que a decisão "é compatível com a estratégia de convergênc­ia da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2023 e, em grau maior, de 2024.

Sem prejuízo de seu objetivo fundamenta­l de assegurar a estabilida­de de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego", diz o comunicado divulgado após reunião do Copom. O texto não trouxe nenhuma menção ao início de um ciclo de redução dos juro, enfatizand­o que a incerteza nos cenários avaliados força o BC a continuar vigilante, analisando­se a estratégia de manutenção da Selic por período prolongado será capaz de assegurar a convergênc­ia da inflação.

Além das reiteradas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT à condução da política monetária sob o comando de Roberto Campos Neto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não perde a oportunida­de de atacar o "maior juro real do mundo". Após a reoneração parcial da gasolina no começo de março, a equipe econômica dobrou a cobrança por uma sinalizaçã­o do Copom sobre o início de um ciclo de queda na Selic.

Enquanto isso, o mercado segue ansioso por detalhes sobre a proposta de lei complement­ar de novo arcabouço fiscal, cuja apresentaç­ão foi adiada para abril.

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