Incentivo à venda de carro popular deve custar R$ 990 mi
24H ECONOMIA
PROGRAMA O corte de tributos federais para incentivar a compra de automóveis até R$ 120 mil pode ter um custo de até R$ 990 milhões até o fim deste ano, segundo interlocutores do governo ouvidos pela reportagem. Caso a duração do programa seja menor, de quatro meses, o custo ficaria em cerca de R$ 560 milhões, de acordo com estimativas preliminares. Os números ainda estão sendo fechados e dependem do que o governo conseguir de medidas de compensação, para atender às exigências da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).
Ontem, em entrevista à Globonews, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que os incentivos serão temporários e
Fernando Haddad têm o objetivo de apoiar o setor na transição entre o início do ciclo da queda dos juros e a recuperação do mercado. Ele classificou a tentativa de resgate dos carros populares como um programa "tópico", que, prometeu, não vai se estender para além deste ano "Estamos falando de um programa que pode durar três ou quatro meses, não é estrutural", declarou o ministro, acrescentando que a duração ainda está em definição. "É um projeto curto no tempo para acomodar essa transição de crédito caro e pátios cheios. Não é um programa de longo prazo, é tópico, para alguns meses neste ano. Estamos discutindo quantos meses ele vai durar", completou.
Haddad falou que sua pasta e o Ministério da Indústria vão finalizar em breve as contas do impacto da desoneração tributária dos carros até R$ 120 mil. A intenção é apresentar os detalhes do programa, uma tentativa de resgate do carro popular, antes do prazo de 15 dias dado pelo presidente Lula.
Haddad garantiu que o programa não deve chegar a um quarto do impacto fiscal estimado pelo mercado, de R$ 8 bi. Os cálculos, disse, vão levar em consideração a perspectiva de redução dos juros, que deve tornar desnecessário estímulo às vendas. Projeções preliminares já foram feitas, porém, disse o ministro, a equipe econômica precisa fechar a equação seguindo os critérios da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). "Não posso apresentar conta ao presidente sem estar fechada", disse. O ministro citou o fechamento de montadoras nos últimos anos ao justificar a preocupação com a estagnação do mercado de carros.
Éum projeto curto no tempo para acomodar essa transição de crédito caro e pátios cheios
ministro da Fazenda