Brechó, uma sentença de sucesso
Com peças a partir de R$ 12, advogada fatura R$ 10 mil por mês com loja no Subúrbio
empresária. Para quem tem interesse em se tornar fornecedora, a avaliação ocorre em até 72 horas e a quantidade mínima é de 30 peças. O pagamento é feito em dinheiro via pix.
“Na curadoria, considero tamanho, marca e estado de conservação. Eu escolho cada peça com muito carinho. Investigo se há defeito, se está em bom estado. Em seguida, dou início ao cuidado da peça, que vai ser lavada, passada e perfumada antes de ir para o cabide”, explica a proprietária sobre o filtro que garante a qualidade dos produtos comercializados.
Todos os dias, Fran faz posts dos looks que monta nas redes sociais do brechó. Inclusive, ela já iniciou a preparação do acervo de peças para o São João. “As peças para a época junina já foram selecionadas há alguns meses. Não pode faltar camisas quadriculadas, jaquetas e casacos”, comenta.
MODA CIRCULAR
A casa onde fica o brechó era da mãe de Francilene Santos, lugar que ela sempre morou. Tudo isso, fez com que a empresária se preocupasse muito em montar uma loja que trouxesse uma sensação de aconchego tanto para ela quanto para a clientela. Fran investiu cerca de R$ 15 mil para começar o comércio, que já tem seis anos de operação.
“Meu irmão tem uma lanchonete no bairro de Plataforma [também no Subúrbio] e eu não empreendia, só queria estudar. Me formei em Direito como bolsista e trabalhava em uma multinacional na área de telefonia como gerente. Tive uma loja de calçados em Cajazeiras, mas quando minha mãe adoeceu, resolvi apostar no brechó aqui, um lugar onde moram mulheres lindas e vaidosas. E aqui estamos nós”, comenta a empresária.
A mãe de Fran, dona Marlene, sempre foi inspiração para a filha. “Mainha era uma mulher vaidosa, mas simples, sempre dentro da nossa realidade. Quando eu abri o brechó, ela se encontrou. Dizia que era melhor do que ir ao shopping, porque encontrava roupa bonita e barata. Ela me inspirou completamente. Sempre palpitava dizendo que eu tinha que vender barato para que todas as pessoas pudessem comprar”, lembra.
EXPANDIR
A expectativa agora é que a Poderosa Brechonista possa expandir, ganhar “novos mercados”. Fran pensa em montar uma nova unidade no bairro da Pituba, que deve contar também com um café.
“Se por um lado, o conceito de brechó ainda é alvo de segregação - visto que muitas pessoas acreditam que usar roupa seminova é um desmerecimento -, existe uma tendência cada vez maior de pessoas que enxergam o brechó como uma forma de proteger o meio ambiente. Tudo isso vai aquecendo o mercado, dando continuidade às roupas que poderiam parar no lixo”, aponta.