Correio da Bahia

Pai e filha morrem em acidente na rodovia BR-324

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MOTOCICLET­A Duas pessoas morreram, ontem, em um acidente na BR-324, no trecho da rodovia federal que corta Salvador. Vilaomar Martins, 49 anos, e a filha dele, Karine Martins, 24, estavam em uma motociclet­a. O local do acidente era o caminho diário da dupla. Todos os dias, por volta de 6h, eles passavam em direção ao Porto Seco Pirajá, onde Karina trabalhava, segundo informaram familiares.

"Meu tio fazia esse caminho diariament­e, era um trajeto diário deles. Levava Karina na academia e depois na escola, sempre passando por onde o acidente aconteceu. Eram apegados porque moravam juntos ainda na mesma casa em Arraial do Retiro, que fica perto dali", contou Alberto de Souza, 38, sobrinho de Vilaomar, que trabalhava como pedreiro.

Ainda de acordo com Alberto, Karina era professora. "Ele foi buscar ela na academia e estavam no caminho para o trabalho dela, que é em Porto Seco Pirajá. Karina ensinava em uma escola de lá, perto das garagens. Só que eles derraparam na pista porque tinha algum tipo de argamassa que deixou tudo escorregad­io", afirma.

Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que foram ao local afirmaram que a polícia investiga a possibilid­ade de um veículo ter derramado, ainda na madrugada, um material não identifica­do que teria feito a moto das vítimas e um outro veículo derraparem na pista.

Em nota, a ViaBahia, concession­ária que administra a BR 324, informou que a substância foi uma argamassa derramada por um caminhão, que ainda não foi identifica­do. "Ocorreu em momento de forte chuva e, mesmo com a limpeza executada pela equipe de conservaçã­o da concession­ária, identifica­mos que o espalhamen­to do material ocorreu por um trecho mais extenso", diz a nota.

A empresa informou ainda que no momento do acidente, "a concession­ária realizava a sinalizaçã­o com indicação de redução de velocidade para o bloqueio da faixa e complement­ação da limpeza".

"Estou revoltado porque isso foi uma questão que já era para ter sido resolvida. Teve que morrer duas pessoas para eles resolverem o problema. No momento que teve o acidente não tinha nada sinalizand­o. Creio que foi imprudênci­a da empresa com certeza. Soube que foi ontem [anteontem] aqui que teve um motoqueiro [sic] que caiu no mesmo local, com esse mesmo material na pista. Se tivesse sinalizado, creio que nada disso teria acontecido", o sobrinho de Vilaomar, Alberto de Souza.

O rapaz conta que o tio era motorista calmo e que fazia esse trajeto há mais de 15 anos. "Tranquilo, sem pressa nenhuma, já viajei várias vezes com ele pro interior e ele era sempre prudente".

Tanto Vilaomar quanto Karina serão sepultados na cidade de Irará, no sertão da Bahia, que é a cidade de origem da família.

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MARINA SILVA ‘A família está bastante abalada, sem entender que aconteceu’, diz o sobrinho Alberto

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