Regiões Nordeste e Norte têm os piores índices
A Bahia e outros 15 estados têm taxa de pobreza superior a média nacional, que é de 33%. De fato, os 16 estados das regiões Nordeste e Norte são os primeiros do ranking de pobreza no país. As primeiras colocações são ocupadas por Maranhão (58%), Amazonas (56,7%) e Alagoas
(56,2%). O Rio de Janeiro, que possui 29% da população abaixo da linha da pobreza, é o que possui a pior taxa de pobreza entre as unidades federativas das outras regiões do Brasil.
Assim como as diferenças
Na área de educação, a taxa de analfabetismo da Bahia era de 12% em 2019, seis vezes maior do que a de Santa Catarina Mariana Viveiros
existem fora do estado, elas também são percebidas dentro da Bahia. Apesar de o levantamento do Instituto Jones dos Santos Neves não trazer dados sobre municípios, o Censo mais recente do IBGE, publicado em 2010, apontou quais cidades baianas possuíam mais pessoas com renda mensal de até um oitavo de salário mínimo: Sítio do Mato, Campo Alegre de Lourdes, Barra, Pilão Arcado e Umburanas. Salvador só aparece em 414º lugar dos 417 municípios.
Mariana Viveiros, supervisora de informações do IBGE, explica que a pobreza é reflexo de outros problemas sociais que dialogam entre si e produzem desigualdades regionais. “Existem dinâmicas econômicas diferentes e questões históricas que não foram equacionadas. Na área de educação, a taxa de analfabetismo da Bahia era de 12% em 2019, seis vezes maior do que a de Santa Catarina, por exemplo”.
O baiano Joceval de Jesus, de 39 anos, largou a escola ainda da 5º série para fazer bicos e ajudar no sustento da família. Sem ter completado os estudos básicos, até hoje nunca trabalhou de carteira assinada, o que torna inviável o pagamento de pensão aos dois filhos, de 7 e 4 anos. O pouco dinheiro que consegue levar para casa é o que consegue de motoristas e passageiros nos minutos em que os faróis de trânsito das áreas centrais da cidade ficam vermelhos.
É quando Joceval se aproxima dos carros com uma placa pendurada no pescoço com os dizeres “não sou aposentado e tenho dois filhos para cuidar”. Quando consegue juntar cerca de R$ 15, no final da tarde, retorna para casa em que mora com a mãe, no bairro de Massaranduba.
0,6 ponto percentual é a queda no número de pessoas extremamente pobres no Brasil