Correio da Bahia

METAMORFOS­E AMBULANTE

Bahia No comando do time há 32 jogos, Renato Paiva ainda não repetiu escalação

- Giuliana Mancini REPORTAGEM giuliana.mancini@redebahia.com.br

O português Renato Paiva chegou a Salvador com a missão de comandar o Bahia em uma nova era. Afinal, é o primeiro ano do clube após a venda de 90% da SAF ao Grupo City. Não à toa, assim que foi apresentad­o, o técnico avisou que o processo levaria tempo, já que teria uma equipe com muitas alterações. Mais de quatro meses desde o início da temporada, o treinador parece ainda estar em busca da formação ideal.

O Bahia ainda não repetiu uma escalação em relação ao jogo anterior neste ano, em 32 partidas com Paiva no comando. Ele sempre fez ao menos uma mudança entre um duelo e outro, sejam eles por Campeonato Baiano, Copa do Brasil, Copa do Nordeste ou Campeonato Brasileiro.

O tricolor disputou 34 confrontos até agora. Mas dois deles, ambos pelo Baianão, tiveram o treinador do sub-20, Rogério Ferreira, à beira do campo e foram disputados por jovens da base.

Vale ressaltar que nem sempre as alterações promovidas por Paiva foram por vontade própria. Afinal, o comandante precisa lidar frequentem­ente com suspensões e lesões em meio a um calendário que fisicament­e exige muito dos atletas – a temporada começou há 139 dias, o que dá uma média de um jogo a cada 4,1 dias.

Contra o Goiás, por exemplo, Kanu e Rezende, que são titulares absolutos, estavam suspensos. Já Yago Felipe e Matheus Bahia estavam vetados pelo departamen­to médico, ambos em processo de recuperaçã­o. Ao longo da temporada, houve até mesmo despedida, como foi o caso de Ricardo Goulart, que se aposentou no fim de abril.

Para enfrentar o Internacio­nal, Kanu e Rezende retornaram, nos lugares do zagueiro Gabriel Xavier e do atacante Ademir. Dessa forma, o Bahia voltou a utilizar o 3-5-2, depois de ter apostado no 3-4-3 - e jogado mal diante do Goiás.

Outra troca ocorreu na lateral-esquerda: Ryan deu lugar a Chávez. Segundo Paiva, por uma “questão de refrescar” o time. O equatorian­o, porém, ficou de costas diante do domínio e finalizaçã­o de Johnny no lance do primeiro gol do Inter. A equipe gaúcha terminou com vitória por 2x0 no Beira-Rio. A posição, por sinal, é uma que não tem dono. Dos três disponívei­s, Matheus Bahia começava a se firmar quando se lesionou.

Amanhã, contra o Santos, uma mudança já é certa: a saída de Thaciano, vetado por já ter jogado na atual edição da Copa do Brasil, pelo Grêmio. As equipes se enfrentam às 19h, na partida de volta das oitavas de final. Como a ida terminou em empate (0x0), quem vencer na Fonte Nova avança às quartas. Em caso de nova igualdade, a classifica­ção sairá nas cobranças de pênaltis.

Na entrevista coletiva após a derrota para o Inter, Paiva explicou que o tempo que Thaciano ficou em campo levou em consideraç­ão o fato de ele não poder atuar diante do

Peixe. “As mudanças são em função de uma semana com três jogos, que entendo que preciso fazer. Na Copa do Brasil, preciso de gente fresca, por ser um jogo de mata-mata. Como Thaciano não pode jogar a Copa, hoje teria que jogar a maior parte do tempo. Para além de ser um jogador importante nosso”, falou o técnico.

JOGADORES ‘PREFERIDOS’

As 32 escalações promovidas por Paiva já renderam oportunida­des a 32 jogadores diferentes. O recordista é o goleiro Marcos Felipe, que só ficou de fora em uma partida: o empate em 1x1 com o Fluminense-PI, pela Copa do Nordeste. Na época, o tricolor tinha poucas chances de avançar ao mata-mata e foi formado com um time de reservas - ainda que treinado pelo português.

Entre os atletas de linha, Biel é o “preferido”, com 24 aparições na equipe titular. O atacante é seguido por Jacaré, com 23 jogos entre os 11 iniciais. Everaldo e Rezende, empatados com 22, fecham o top 3.

Na avaliação após a derrota para o Inter, Paiva comentou sobre a pressão por resultados, mas reforçou o que disse antes do início da temporada: está em um processo de reformulaç­ão, que leva tempo.

“Quando eu vim jogar aqui contra o Palmeiras pelo Independie­nte del Valle, Abel Ferreira estava na corda bamba para ser despedido. Ganhou, e a partir daí disparou e fez a carreira que fez. Luís Castro [técnico do Botafogo], nos primeiros meses, passou por confusão, hoje é líder do campeonato. Fernando Diniz [do Fluminense], para não dizer que eu falo só de portuguese­s, também tem uma carreira a subir a pulso. Muito criticado e hoje dá as cartas no futebol brasileiro. Ou seja, é dar tempo ao trabalho. Deem tempo ao trabalho. Se não tiver tempo, como podemos provar?”, argumentou.

“Todo tempo que peço aqui é porque o Palmeiras tem uma equipe montada, com ideia de jogo definida. Era chegar e aproveitar o que já está bem feito. Eu cheguei em uma realidade com tudo do zero. Esse é o ano zero, e vamos passar por problemas. Vai ser um caminho duro, mas estou aqui para fazer. Os começos são difíceis”, completou.

32 jogadores ganharam chance com Paiva desde o início da temporada

RÁPIDAS

É AMANHÃ Os ingressos para Bahia x Santos já estão à venda para o público geral e custam entre R$ 28 e R$ 200. As entradas podem ser compradas pela internet ou na bilheteria da Fonte Nova ou em um dos quatro pontos a seguir: as lojas Turma Tricolor (Multishop Boca do Rio e Shopping Piedade), Tantus Sports (Praça da Revolução, em Periperi) e Mascote Tricolor (Caminho de Areia).

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(ao centro) deve ser titular amanhã no lugar de Thaciano (ao fundo), que não pode jogar
FELIPE OLIVEIRA/EC BAHIA Acevedo (ao centro) deve ser titular amanhã no lugar de Thaciano (ao fundo), que não pode jogar

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