PF intima ex-presidente Jair Bolsonaro para prestar depoimento sobre atos antidemocráticos
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA A Polícia Federal intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a prestar depoimento na próxima quinta-feira. Bolsonaro deverá esclarecer o suposto envolvimento em organização criminosa nos atos do 8 de janeiro.
O Estadão apurou ainda que o coronel e ex-ajudante de ordens Marcelo Costa Câmara e o ex-assessor Tércio Arnaud Tomaz, também foram intimados. As defesas informaram que devem pedir adiamento.
Já o ex-presidente Jair Bolsonaro informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Polícia Federal que não vai prestar depoimento no inquérito que apura os atos antidemocráticos até ter acesso às conversas recuperadas nos celulares apreendidos na investigação.
Inicialmente, a defesa estudava pedir o adiamento da oitiva, mas os advogados decidiram que ele não vai falar até ter acesso integral aos autos. Os advogados alegam que, apesar dos pedidos, Bolsonaro ainda não recebeu todo o material da investigação e que o ex-presidente está sujeito a “todo tipo de crítica e prejulgamento, sem condições mínimas de formalizar qualquer resposta, diante da cegueira que lhe foi imposta”.
Bolsonaro teve o passaporte apreendido no inquérito. Uma das principais provas que pesa contra o ex-presidente é a conversa encontrada no celular do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante se ordens, que fechou delação premiada. Mensagens trocadas por Cid com o general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, em dezembro de 2022, sugerem que Bolsonaro editou o texto de uma "minuta golpista" para anular o resultado das eleições, segundo a PF.
A PF também encontrou, em um computador apreendido com Cid, a gravação de uma reunião entre Bolsonaro, seus ministros e auxiliares, em julho de 2022, em que o ex-presidente cobra iniciativas para desacreditar as urnas.