Correio da Bahia

As bandas passam, mas ele resiste firme e forte

-

que as pessoas entenderam que cada gênero tem seu espaço e tamanho? Salvador é a cidade menos curiosa do mundo, a cidade do ‘ouvi falar’. Brinco que o Brasil só soube que tinha rock em Salvador com a chegada da internet. Falando sério, a cena soteropoli­tana é altamente produtiva, respeitada no Brasil e mundo afora. Vivem me dizendo que o rock morreu, mas se você me perguntar eu te mostro pelo menos quatro shows de rock em Salvador; no inetrior, a mesma pegada. O rock só está morrendo para você que morreu pra ele. Eu nunca vou dizer ‘no meu tempo que era bom’, eu vivo o dia de hoje, intensamen­te.

Nos anos 90, rolou um boom de bandas, shows, álbuns e atenção da mídia. Por que isso não se repetiu?

Os anos 90 ficou nos anos 90 e não tenho saudosismo. Quem está vivo e atuante, como eu, sabe que a cena baiana fervilha. Sejam curiosos.

A pergunta óbvia: acha que, pra fazer sucesso, precisa sair de Salvador?

Se vc não consegue colocar 50 pagantes de R$ 20 num pequeno pub, vai sair daqui pra que? Tem artistas que farão sucesso só em sua rua ou só na sua cidade; outros, só na internet. Mas, esses que só têm público virtual, costumam sumir rápido.

Lista as bandas baianas que estão no seu top 10. Aphorism, Erasy, Headhunter DC, Mystifier, Malefactor, Maglore, Vivendo do Ócio, Maev, Rubra, Dalmatans X, Ivan Motosserra, Retrofogue­tes, Sufocation of Souls, Jacau, Escarniun, Búfalos Vermelhos e Orquestra de Elefantes, Injúria, Caloi 10, Tangoloman­gos, Jardim Soma, Behavior, Lugubra, Kalmia. Poderia listar umas 50. Então, novos companheir­os e companheir­as, jovens há mais tempo que eu: nosso tempo será sempre o agora e tudo isso nunca foi um sonho. Rock pra frente.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil