Baralho do Crime inclui foragidos pela morte de líder
MÃE BERNADETE Os foragidos pelo assassinato da líder quilombola Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, foram incluídos no Baralho do Crime, ferramenta da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP) que reúne os suspeitos mais procurados do estado. Os três atuam nos municípios de Simões Filho e São Sebastião do Passé, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Na carta mais alta do naipe, o ‘Ás de Ouros’, foi adicionado Marilio dos Santos, o Maquinista ou Gordo. Ele é apontado como uma das lideranças do grupo criminoso que age nas cidades de Simões Filho e São Sebastião do Passé, sendo alvo da Operação Pacific, da Polícia Civil, que apurou a morte de Mãe Bernadete.
Investigações apontam que Gordo agiu como o mandante e mentor intelectual do crime. A líder religiosa da comunidade de Pitanga dos Palmares foi morta na noite do dia 17 de agosto do ano passado, no interior da sede da Associação Quilombola, em Simões Filho.
De acordo com a denúncia do Ministério Público da Bahia, os ideais da ialorixá e a sua luta para manter a ordem dentro da comunidade quilombola passaram a conflitar com os interesses dos líderes do tráfico de drogas na região. Percebendo que a liderança da vítima impediria a expansão do comércio de entorpecentes e de outros negócios rentáveis no entorno da barragem de Pitanga dos Palmares, área de preservação ambiental, Gordo deu a ordem para que Mãe Bernadete fosse executada.
Ele também é foragido da operação da Policia Federal batizada de Tarja Preta, que teve como objetivo identificar líderes de uma organização criminosa.
O novo representante da carta ‘Dama de Ouros’ é Ydney Carlos dos Santos de Jesus, conhecido como Café. Na posição de gerente do tráfico local e sendo apontado na denúncia do MP como subordinado e braço direito de Gordo, Café teria auxiliado no plano de execução da ialorixá.
Por fim, na carta ‘Nove de Ouros’ foi inserido Josevan Dionisio dos Santos, o BZ ou Buzuim. Possuindo dois mandados de prisão pelos crimes de homicídio e roubo, ao receber a ordem de Gordo e instrução de Café, Josevan é apontado como um dos executores imediatos do crime.
Já foram presos três homens pelo envolvimento na morte da líder. Um é suspeito de ser um dos executores do crime; o outro, de guardar as armas do crime e que também foi preso por porte ilegal de arma de fogo; e o terceiro, por receptação dos celulares da líder quilombola e de familiares, roubados durante o homicídio.
O primeiro preso foi detido no dia 25 de agosto do ano passado, em Simões Filho. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, ele é suspeito pela receptação dos celulares roubados da líder quilombola.
O segundo detido por envolvimento no crime teve o mandado de prisão cumprido no dia 1º de setembro pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na cidade de Araçás, a 105 km de Salvador. Esse homem, segundo a polícia, confessou ter sido o executor do crime. O terceiro, que guardava as armas, foi preso em uma oficina na mesma comunidade onde a vítima foi morta.