Universidades baianas com pontuação máxima
Educação Ufba e UFSB enfrentam desafios para serem as primeiras em índice de qualidade do MEC
A Universidade Federal da Bahia (Ufba) e a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) receberam nota máxima no Índice Geral de Cursos (IGC), que avalia a qualidade das instituições de ensino superior no país com notas que variam de 1 a 5. Os dados foram divulgados na terça-feira (2) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do Ministério da Educação.
Essa é a primeira vez que a Ufba recebe a pontuação máxima no IGC. A universidade tem 55 mil alunos divididos em 109 cursos de graduação e pós-graduação e três campi localizados em Salvador, Camaçari e Vitória da Conquista. O corpo docente é composto por 2.927 professores, dos quais 2.241 são doutores (76,6%) e 405 têm mestrado (13,8%); além de 2.829 servidores técnico-administrativos. Para o reitor da Ufba, Paulo Miguez, a avaliação máxima tem como ponto de partida o fato de a instituição ter cursos variados.
“Não tem nenhuma área do conhecimento científico e do campo artístico que não esteja acolhida na graduação ou na pós-graduação. Olhando outras universidades do Brasil, são poucas que nesse momento já têm um curso superior de dança. Já o nosso curso de dança é dos anos 1950. A Ufba foi a primeira universidade a se debruçar com uma formação para o trabalho com o petróleo. O fato de sermos uma universidade onde toda a atividade científica e/ou artística tem acolhimento contribuiu para essa nota”, afirma.
São 189 prédios que abrigam as atividades da instituição e um total de 402 mil metros quadrados de área construída. A Ufba tem ainda 140 cursos inscritos para a pós-graduação, entre mestrado e doutorado, com 8.058 alunos com acesso a 290.439 livros e artigos à disposição em 23 bibliotecas. Ainda assim, o reitor diz que o quadro de funcionários para cuidar de tudo é menor do que o necessário.
“Existe uma lacuna a ser preenchida no corpo docente e no corpo técnico. Ainda nos faltam muitos técnicos e muitos professores para poder dar conta do desafio que é uma universidade plena como essa. Se o orçamento fosse corrigido pelos índices de inflação, certamente estaríamos em melhores condições hoje de enfrentar essas dificuldades”.
UMA DÉCADA
Com 10 anos de existência, a UFSB passou por três avaliações do indicador de qualidade, obtendo a nota máxima em todas. Por ser uma instituição nova, precisou esperar as primeiras turmas de formandos prestarem o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) para passar a ter a qualidade do seu ensino avaliada. Segundo o pró-reitor de Gestão Acadêmica, Francesco Lanciotti Júnior, o resultado mostra o esforço da UFSB em se manter conectada com os atuais interesses do mercado e dos estudantes.
“A grande maioria dos nossos cursos tem notas entre 4 e 5. O fato de sermos uma universidade nova nos dá condições de avaliar o que a nossa sociedade busca como formação e o que as instituições oferecem nos seus cursos. Nós temos a possibilidade de construir cursos sempre antenados com a regulamentação mais atual do INEP e buscar estar dentro dos parâmetros de qualidade”, afirma.
A UFSB conta com 47 cursos de graduação e 13 de pós-graduação distribuídos em três campi nas cidades de Itabuna, Porto Seguro e Teixeira de Freitas. Além disso, a instituição atende uma rede de colégios universitários em 10 municípios da região. São cerca de 4.500 estudantes e 380 professores, sendo 85% doutores. Ainda assim, Francesco afirma que o corpo docente é menor que o ideal.
“O nosso corpo de servidores, tanto de docentes quanto técnicos administrativos, tem se desdobrado para dar conta das funções e cumprir as atividades que a gente precisa para manter o funcionamento dos cursos dentro da qualidade que conseguimos oferecer. No plano de implantação da universidade estavam previstos 690 docentes até 2020, mas nós estamos com um pouco mais da metade”, detalha Francesco.
A nota do Índice Geral de Cursos leva em consideração a média do Conceito Preliminar de Curso (CPC) dos anos 2019, 2021 e 2022.
Para obter o conceito máximo no IGC, a universidade deve receber pontuação média dos cursos acima de 3,95