Sobrinha passa a ser investigada por homicídio culposo
CASO TIO PAULO Érika Souza, a sobrinha que levou o tio, Paulo Roberto Braga, já morto, para assinar um empréstimo bancário no Rio de Janeiro, passou a ser investigada pelo crime de homicídio culposo – quando não há a intenção de matar.
Segundo informações do portal g1, Érika, que está presa preventivamente em Bangu, já era investigada por vilipêndio de cadáver e tentativa de furto mediante fraude, mas após novos depoimentos e diligências, o delegado Fabio Luiz Souza concluiu que houve “gritante omissão de socorro”.
“Considerando que no dia 16/4/2024, certamente percebendo que Paulo estava em situação gritante de perigo de vida, o que pode ser vislumbrado pelas declarações de todas as testemunhas que tiveram contato com a vítima, ao invés de ir novamente ao hospital ela se dirigiu ao shopping, configurando uma gritante omissão de socorro, determino; proceda-se a novo registro de ocorrência para apurar o delito de homicídio culposo”, escreveu o delegado em seu despacho. O documento foi obtido e exibido ontem pela TV Globo.
Em 16 de abril, Érika levou o tio, em uma cadeira de rodas e completamente imóvel e de olhos fechados, para tentar sacar um empréstimo em um banco em Bangu, na Zona Oeste do Rio.
Um vídeo feito pelas atendentes do banco mostra que a todo tempo Érika tentava manter a cabeça do homem levantada, usando a mão, e conversava com o suposto parente – que, evidentemente, não responde.
“Tio, tá ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor, o que eu posso fazer eu faço”, afirmou Érika no vídeo. “Assina para não me dar mais dor de cabeça, eu não aguento mais”, complementou.
O delegado cita novas provas para incluir no crime de homicídio. Segundo ele, dois depoimentos revelam que Érika tentou colocar uma conta própria para receber o dinheiro do tio, e que chegou a ir até a agência sem ele para sacar. Como não conseguiu, decidiu levar o tio. O delgado diz ainda que, pelas imagens fica “claro” que Paulo “já era cadáver” quando Érika o levou ao banco.
Percebendo que Paulo estava em situação gritante de perigo de vida, o que pode ser vislumbrado pelas declarações de todas as testemunhas que tiveram contato com a vítima, ao invés de ir novamente ao hospital ela se dirigiu ao shopping, configurando uma gritante omissão de socorro Fabio Luiz Souza
Delegado responsável pelo caso ao pedir a inclusão do crime de homicídio no inquérito