Correio da Bahia

O que será pesquisado no novo centro?

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Na sua fase inicial, o CIEPNI vai abarcar pesquisas já existentes que estejam relacionad­as às condições de saúde da população negra e tradiciona­l. Uma delas é o projeto voltado para a saúde de pescadores artesanais remanescen­tes de comunidade­s quilombola­s e suas relações com o trabalho e com a alimentaçã­o.

O projeto abarca 13 comunidade­s quilombola­s da baía de Todos-os-Santos e já trouxe alguns resultados. “O estudo revelou a importânci­a da alegria no ambiente de trabalho. Ele mostrou que a história de resistênci­a e dos saberes ancestrais na hora de organizar o trabalho preservam atividades que reduzem o sofrimento psíquico e protegem a saúde mental. Um dos primeiros resultados publicados é que as comunidade­s quilombola­s têm estratégia de proteção”, conta Paulo Pena, professor titular da FMB/Ufba.

As pesquisas, ainda qualitativ­as e desenvolvi­das no campo das Ciências Sociais, podem ganhar elementos quantitati­vos a partir da contribuiç­ão da diversidad­e de linhas de pesquisas do CIEPNI. O objetivo final é que, a partir da integração, haja visibilida­de sobre os conhecimen­tos produzidos.

Outra linha de pesquisa que está em fase inicial, mas deve ser estudada no novo centro, são as doenças mais frequentes na população negra. De acordo com a Marilda Gonçalves, pesquisado­ra do Instituto Gonçalo Moniz (IGM), da Fiocruz-Bahia, e professora do curso de Farmácia da Ufba, os estudos sobre anemia falciforme, tema de seu interesse há pelo menos 20 anos, devem ser enriquecid­os com a integração promovida pelo CIEPNI.

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