“Zema exagerou, ficou ridículo”
Alvo de recorrentes críticas do governador Romeu Zema
(Novo) no debate da TV Globo, na terça-feira, o ex-governador Fernando Pimentel (PT) acredita que a estratégia gerou resultado negativo ao candidato à reeleição. “Ele já tem feito isso e está utilizando essa tática que acredito ser recomendação que recebeu de marqueteiros ou algo assim. Mas acho que ontem ele exagerou. Ficou meio ridículo, no fim das contas”, disse o petista em entrevista ao Estado de Minas. A íntegra da entrevista pode ser lida no site do EM (www.em.com.br). Leia, abaixo, os principais pontos. (Guilherme Peixoto)
Como o senhor recebeu as recorrentes citações de Zema ao seu nome durante o debate da TV Globo?
Ele já tem feito isso, utilizando essa tática que acredito ser recomendação de marqueteiros. Mas acho que ontem [terça-feira] ele exagerou. Ficou meio ridículo, no fim das contas. Os próprios candidatos que estavam no debate se queixaram disso. Um deles [Marcus Pestana, do PSDB] chegou a sugerir de, quem sabe, Kalil dar meu telefone a ele. O debate era sobre o governo dele, que é governador há três anos e meio. Meu governo, que ele insiste em puxar o assunto, terminou três anos e meio atrás. Ele escolhe o caminho de comentar e criticar meu governo, justamente como método de fugir do debate sobre o governo dele, que está em julgamento.
Como avalia a postura de Zema no debate?
Não sei explicar por que ele adotou esse caminho, que me beneficia, porque está me tornando protagonista de uma eleição em que não sou candidato a governador – mas a deputado federal. Ele traz meu nome ao programa eleitoral das candidaturas majoritárias eleitorais e ao debate. Ele está ingressando em um território perigoso. A crítica recorrente ao PT pode ser que não dê muito certo em um estado onde Lula, principal liderança do partido, tem quase 50% de preferência popular nas pesquisas. O governador está se indispondo publicamente com metade da população mineira, que aprova e está disposta a votar em Lula — e, obviamente, aprova nosso partido.
Que opinião o senhor tem a respeito do governo Zema?
É um governo medíocre, ruim para Minas, e com condições financeiras muito melhores do que as que tive. Governei o estado em situação financeira muito ruim. E, também, em uma situação política delicadíssima – a maior crise da República até este momento foi naquele período, com o impeachment de Dilma e a famigerada Operação Lava-Jato, que levou à absurdamente injusta prisão de Lula, em um processo fraudulento movido por [Sergio] Moro. Zema está governando com sobras de caixa. Apesar da fabulosa receita, ele não fez nada por Minas. Não existe uma política pública, um programa ou uma obra. Ele está, simplesmente, pagando a folha no quinto dia útil. Não tem nada a mostrar aos mineiros.
Ele escolhe o caminho de comentar e criticar meu governo, justamente como método de fugir do debate sobre o governo dele”