Estado de Minas (Brazil)

Campanha do ex-prefeito ganha fôlego

- GUILHERME PEIXOTO

O cresciment­o de cinco pontos do candidato do PSD, Alexandre Kalil, ao governo de Minas, na mais recente pesquisa Ipec sobre a disputa pelo governo de Minas Gerais e o desempenho dele no debate da TV Globo fizeram crescer a confiança de sua campanha em um segundo turno. Integrante­s do entorno de Kalil, ouvidos sob reservas pelo Estado de Minas, acreditam ser possível viabilizar um confronto direto com Romeu Zema (Novo).

A ideia é que o segundo turno ocorra a reboque do aumento das intenções de voto no estado do presidenci­ável Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que apoia o candidato do PSD. Segundo o Ipec, Lula venceria o confronto contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno em Minas. O debate de terça-feira foi o primeiro com a participaç­ão de Zema, que faltou aos encontroso­rganizados,respectiva­mente, por TV Alterosa/EM/Portal Uai e pela Rede Bandeirant­es

Um integrante do alto escalão da campanha de Kalil apontou "fragilidad­e" na postura demonstrad­a por Zema durante o enfrentame­nto. “Todos os candidatos ganharam e Zema perdeu”, disse o interlocut­or. Durante o debate, Zema reforçou a estratégia adotada por sua campanha desde o início do período eleitoral. Sob a expressão “PT-Pimentel”, ele centrou esforços em atribuir os problemas financeiro­s do estado à gestão de Fernando Pimentel (PT).

Segundo o levantamen­to divulgado pelo Ipec, Zema aparece com 45% das intenções de votos – o governador oscilou para baixo, dentro da margem de erro de dois pontos, pois tinha 46% no dia 20. Kalil subiu cinco pontos e chegou a 34%.

Ontem, durante caminhada em Divinópoli­s, no Centro-Oeste, o pessedista afirmou que o governador foi ao estúdio da

Globo por causa dos números da pesquisa. "A pesquisa de ontem foi mortal e ele (Zema) viu", declarou. Os 45% de Zema representa­m 51,7% dos votos válidos. Portanto, para forçar um segundo turno, o governador precisa desidratar em 1,7 ponto. Nos círculos da coligação liderada pelo PSD de Minas, a reação de Kalil é interpreta­da como movimento associado ao cresciment­o de Lula no estado.

“ONDA VERMELHA”

Integrante­s da campanha do ex-prefeito têm utilizado a expressão "onda vermelha" – a mesma que o próprio Kalil usou na sexta-feira passada, durante comício com o presidenci­ável petista em Ipatinga, no Vale do Aço. "Independen­temente do que acontecer, apesar de a onda vermelha estar vindo e inundar esse estado – e eles estão com medo –, obrigado, presidente Lula, por tudo o que o senhor tem me ensinado e feito por mim", afirmou o pessedista.

O diretor de um instituto de pesquisas que costuma promover levantamen­tos sobre a corrida eleitoral em Minas apontou que, para consolidar a reação, Kalil precisa recuperar votos de eleitores de orientação à esquerda. Segundo ele, dados mostram que um terço dos votantes de Minas que escolheram Ciro Gomes (PDT) ou Fernando Haddad (PT) na eleição presidenci­al de 2018 estão caminhando com Zema.

O executivo de outro instituto, por sua vez, afirmou que as chances de segundo turno aumentaram. O voto "Luzema" é encarado com naturalida­de, inclusive, pelo governador mineiro."O eleitor é pragmático. Ele vota onde percebe que há melhores perspectiv­as e tivemos no passado uma coincidênc­ia durante o governo do presidente Lula de uma série de fatores no mundo, como a alta das commoditie­s, que fez com que o Brasil vivesse um momento bom. Não podemos falar que a gestão dele foi boa. Houve um momento bom, mas causado por conjuntura­s externas", opinou Zema, na semana passada, à Folha de S.Paulo.

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REPRODUCÃO/TV GLOBO Cresciment­o das intenções de voto em Kalil, segundo pesquisas, aumenta chance de segundo turno

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